Sergipe terá Comitê Gestor de Oncologia

Audiência debate atendimento a pacientes com câncer (Foto: Aisla Vasconcelos/Portal Infonet)

A elevada demanda de atendimento oncológico foi tema de debate de audiência pública realizada no Ministério Público nesta terça-feira, 17. Na oportunidade, ficou estabelecido prazo de 15 dias para agendamento de uma nova reunião entre os secretários de saúde das redes estadual e municipal, dirigentes dos hospitais que prestam o atendimento a pacientes com câncer e médicos especialistas para estabelecer diretrizes para criação do Comitê Gestor da Oncologia no âmbito estadual para dar direcionamento à política de assistência aos pacientes.

Por outro lado, a Secretaria Municipal de Saúde se comprometeu a apresentar alternativas para solução dos problemas das cirurgias de câncer de próstata em prazo de 20, a partir de um convênio que está sendo negociado com o Hospital São José. A audiência pública foi conduzida pelo promotor Fábio Viegas, da Promotoria dos Direitos à Saúde, convocada diante dos problemas que pacientes com câncer enfrentam para realização de cirurgias.

Na audiência pública, ficou patente a grande demanda de atendimento e os graves problemas, provocados, segundo avaliação da classe médica, em decorrência da deficiência na estrutura da rede de atendimento.

De acordo com informações de representante da rede privada, em Sergipe há uma lista de cerca de 2 mil pacientes cadastrados na rede de atendimento a pacientes com câncer e uma espera que já se alcançou ao patamar de um ano, estabilizando-se, segundo relatos de representantes da classe médica, em torno de nove meses.

A classe médica informou também, na audiência, que em Sergipe há 42 pacientes aguardando realização de procedimento cirúrgico curativo.

Como alternativas para solução dos problemas, representantes da classe médica sugerem a ampliação da equipe médica, com no mínimo seis urologistas, sala de centro cirúrgico disponível pela manhã e à tarde, 12 leitos rotativos e conjunto ótico para cirurgias endoscópicas, uma vez que “atualmente é permitido o uso do material uma vez por dia”.

Os médicos informaram também que, até o momento, no Hospital de Cirurgia foram realizadas 307 cirurgias oncológicas. Para médicos do Cirurgia, o atendimento deveria estar ligado a um centro de oncologia com o objetivo de proporcionar distribuição mais uniforme dos paciente e maior efetividade do tratamento. A classe médica também aponta como alternativa a elaboração de prontuário único para os pacientes, visando maior rastreabilidade e integração entre os centros que realizam o serviço [especificamente os hospitais Cirurgia e Huse].

Representante da rede privada destaca a necessidade do poder público financiar o serviço, disponibilizando duas salas no Hospital de Cirurgia e outra no Huse, dotadas de anestesistas e de todo material necessário para o procedimento, além da regulação médica interna efetuada pelo serviço específico de cirurgia.

A rede municipal informou que possui contrato com o Hospital de Cirurgia para realização de cirurgias oncológicas com teto previamente estabelecido e que já está encaminhada a proposta para ampliação do serviço a partir de convênio com o Hospital São José. Representantes do Núcleo de Controle, Auditoria, Avaliação e Regulação (Nucaar) da Secretaria Municipal de Saúde destacam que a grande demanda da rede é também provocada pelo atendimento a pacientes oriundos de outros municípios e destacou como ponto primordial uma nova pactuação com os municípios para o remanejamento de recursos.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que o Governo do Estado fez requisição junto ao Ministério da Saúde do sistema de planejamento 3D para radioterapia do Huse. O processo ainda está em tramitação no Ministério da Saúde, segundo informou representante da Secretaria de Estado da Saúde presente à audiência.