LISBELA E O PRISIONEIRO

A história de Osman Lins foi transformada em imagem, pela primeira vez, em 1993, e levado ao ar pela Rede Globo como um “Caso Verdade”. Ela ressurge agora com um novo tratamento de roteiro, conservando porém o estilo Guel Arraes de fazer comédia: diálogos curtos, cortantes, muito efeito de câmara, personagens de forma caricatural e cenário explorando a pobreza do Nordeste. O roteiro de Arraes, Jorge Furtado e Pedro Cardoso, porém, inova ao introduzir a meta-linguagem: o cinema americano do passado, o filme em seriado, é um dos propulsores da ação, logrando obter bons resultados tecnicamente (os cortes do p&b para cores) como artisticamente (uma sala de cinema integra-se perfeitamente a história). Os personagens não são muitos como” O Auto da Compadecida”, mas como em “Caramuru” brinca-se com o tempo: o filme, aliás, é atemporal. A Lisbela do título é a filha do delegado de Vitória, no interior de Pernambuco, que está prestes a se casar com um almofadinha que passou alguns dias no Rio e fala igual ao carioca. À cidade chega Leléu, apenas um dos nomes por detrás do qual esconde-se um “bon vivant” que vive de estrepolias num circo ambulante e que é um emérito fabricante de… cornos. Quando traça a mulher de um valente pistoleiro, vê-se obrigado a se refugiar em Vitória, quando conhece Lisbela e por ela se apaixona. E vice-versa. Enquanto o pistoleiro o caça, a mulher dele Inaura reaparece, o noivo de Lisbela se desespera e Leleu prefere ser preso a morrer. De brincadeira e brincadeira, o filme consegue principalmente divertir prá valer. Selton Melo está ótimo, assim como Marco Nanini, Virginia Cavendish e, principalmente, Tadeu Mello, como o Cabo Citonho. Fique de Olho – No interprete de Douglas, o noivo de Lisbela. Bruno Garcia é um espetáculo a parte, numa interpretação que lembra, e muito, ao americano Jim Carrey. Ele tem momentos hilariantes. Onde e Quando Ver Cinemark Shopping Jardins – 14/11 a 20/11 Sala 08 – 13h40 – 18h50 – 00hC