O Programa Fome Zero beneficia sete municípios sergipanos, dentre eles, Canindé de São Francisco, que tem uma das maiores arrecadações mensais do Estado. Este fato fez com que alguns prefeitos questionassem os critérios utilizados pelo Ministério da Segurança Alimentar e Combate à Fome para selecionar os municípios atingidos pelo programa. Segundo o ministro José Graziano, a escolha passa por uma comissão que analisa dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (sobre renda, gastos, situação dos domicílios, emprego e nutrição das populações), para assim estabelecer quais municípios estarão na definição oficial da linha de pobreza. No entanto, para alguns prefeitos, a exemplo de Laerte Andrade, de Nossa Senhora de Lourdes, Canindé foi selecionado, mas há municípios que já haviam decretado estado de calamidade e não estão sendo favorecidos pelo Programa. A prefeita de Canindé de São Francisco, Rosa Feitosa, afirma que realmente a arrecadação de seu município é alta, mas as despesas também são inúmeras, pois a cidade conta com uma estrutura organizada de saúde, educação e, inclusive, abastecimento por carros-pipa. Tudo isso com recursos próprios. Além disso, o número de famílias carentes e a extensão territorial de Canindé são grandes, o que faz com que se gaste muito para atender às pessoas. Um dos custos é destinado a um programa que existe desde dezembro do ano passado, chamado Renda Mínima Familiar, que possui 2.200 famílias cadastradas recebendo um auxílio de R$ 60,00 por mês. “Não sou eu quem vai discordar de um programa do Governo Federal, mas com certeza as pessoas não vão querer sair do Renda Mínima para o Fome Zero”, afirma a prefeita.
