Os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão paralisados durante todo o dia de hoje, 2, para protestar contra a fusão da Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciária. A partir de hoje as duas secretarias estão legalmente unidas gerando a Receita Federal do Brasil, ou ‘Super-Receita’, como é chamada. Com isso, os serviços de arrecadação da receita previdenciária passam para a ‘Super-Receita’, juntamente com os 60 funcionários responsáveis pelo setor em Sergipe. 
Frente do INSS com faixas do Sindiprev
A manifestação é nacional e é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Previdência Social (Sindiprev). “A gente entende que hoje se inicia de fato a privatização do INSS, até porque toda a verba que vai ser paga para benefício do aposentado vai ser administrada pela Receita Federal do Brasil”, explica o diretor administrativo do Sindiprev-SE, Joaquim Antônio.
Além disso os 60 funcionários que serão relocados do INSS para a Receita Federal em Sergipe perderão benefícios conquistados no órgão. “Eles estão indo sem opção. Vão perder o direito e as 30 horas de trabalho, lá são 40 horas. Estão perdendo o plano de saúde e gratificação de desempenho. Lá, esses servidores não vão ter nada em contra-partida”, diz Joaquim.
A funcionária do setor de arrecadação Maria do Carmo, que há 23 anos trabalha no INSS, é uma das transferidas para a nova instituição. “Para mim essa mudança é péssima, porque não vou ter nenhuma vantagem. Vão estender os horários, de seis horas diárias para oito horas, e ainda não tem plano de carreira definido, nem plano de saúde”, disse. Maria do Carmo explica que as seis horas diárias de atendimento ao público já são estressantes, por isso é contra as oito horas.
O Governo Federal prevê que as primeiras melhorias da fusão das secretarias só serão sentidas em meados de 2008. A ‘Super-Receita’ centraliza quase toda a arrecadação federal. Em 2006, a Receita Federal e a Previdenciária arrecadaram juntas R$ 516 bilhões, e só no primeiro trimestre neste ano já foram mais R$ 133 bilhões. No próximo dia 24 os representantes nacionais do Sindiprev terão uma reunião com o Ministro da Fazenda e o Ministro da Previdência Social para discutir o assunto.
