Desabrigados reclamam de falta de estrutura dos abrigos

De acordo com a prefeitura, os desabrigados estão sendo levados para as escolas Laonte Gama e Vitória de Santa Maria (no bairro Santa Maria), Barão de Mauá (Orlando Dantas), Airton Teles (no Mosqueiro), e Escola Santos Dumond (no Aeroporto).

A falta de colchão e cobertores irrita desabrigados

Segundos os abrigados do Colégio Vitória do Santa Maria, faltam colchões e cobertores. A dona de casa Lívia da Silva Freitas moradora do Morro do Avião, localizado no bairro Santa Maria, diz que foi retirada de casa na última sexta-feira, 9, e que por falta de estrutura do abrigo está longe dos quatro filhos.

“Não posso trazer meus filhos para cá porque não tem colchão e nem lençóis. Como posso ficar com meus filhos em um lugar como esse?”, questiona Lívia, salientando que os filhos estão na casa da avó.

Casada e com o filho de 14 anos dormindo em cima de carteiras, Maria da Conceição se diz revoltada. “É para isso que eles tiraram a gente das nossas casas? Essa situação aqui é muito difícil, não conseguimos

Mulher tenta dormir em cima da carteira sem colchões

dormir direito porque não tem nenhum colchão e o frio é muito grande à noite. Estou cadastrada há 15 anos, mas até hoje não consegui uma casa”, lamenta Maria.

Na escola Santos Dumond, localizado no bairro Aeroporto, seis pessoas de uma mesma família reclamavam que foram retiradas a força de casa e que estavam presas na escola sem poder ir ao trabalho.

“Na noite de ontem [11] alguns policiais foram até a minha casa que fica na avenida Melício Machado e retiraram todos de lá. Minha filha não queria vim, mas foi obrigada a deixar a nossa casa porque tinha risco de cair. Mas nós estamos até hoje[12] aqui e não podemos sair. Tenho que trabalhar e minha filha também tem que ir ao trabalho”, reclama a diarista Maria Augusta da Silva.      

De acordo com a coordenadora de proteção social básica da Secretaria Municipal da Assistência

Família reclama que ficou presa ba escola Santos Dumond

“Nunca vivemos uma situação como essa, tanto a secretaria da assistência quanto o governo do Estado compraram certa quantidade de colchões, mas o número foi bem maior do que poderíamos imaginar. O problema é que não estamos encontrando colchões para comprar”, explica a coordenadora, salientando que o problema acontece em todos os abrigos da capital.

Sobre a situação da família que está abrigada na Escola Santos Dumond a coordenadora esclarece que o problema foi ocasionado pela falta de entendimento da Guarda Municipal. “O problema é que eles entenderam que a família não podia deixar a escola e na verdade como eles trabalham precisam ser liberados para ir ao emprego e depois voltar ao abrigo, mas tudo já foi resolvido”, afirmou.

A coordenadora Iolanda pede que a população colabore com as doações

Iolanda de Oliveira ressalta que a Secretaria da Assistência Social está solicitando a ajuda de toda a população sergipana para doações de colchões, alimentos e cobertores.

“Todas as doações estão sendo recebidas no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da rua Alagoas número 2051 próximo à Churrascaria Dom Pedro I, no Siqueira Campos”, diz Iolanda.

A maior parte dos desabrigados vem das regiões da Praianha e do Morro do Avião, no bairro Santa Maria, do Coqueiral, e do Mosqueiro. O Sistema Municipal de Defesa Civil continua em alerta 24 horas para prestar pronto-atendimento às vítimas das chuvas.