A febre da inovação tomou conta do Brasil e do Mundo. Existem duas linhas principais de abordagem que estão sendo seguidas: o modelo europeu que incluiu a criatividade no contexto, daí como resultado está acontecendo ao longo deste ano na Europa o “Ano Europeu da Criatividade e da Inovação” envolvendo 30 países; valendo considerar que este é também o modelo seguido, em parte, nos USA conduzido pela Creative Education Foundation[1] e pelo Center for Creative Leadership[2] e, na África do Sul, pela South African Creative Foundation[3]. O modelo brasileiro, de um modo geral, vem seguindo um caminho único, já que considera a inovação como um processo isolado e independente da criatividade. O que constatamos, principalmente, via as notícias vinculadas na mídia nacional é que a inovação brasileira vem sendo abordada basicamente como se a inovação fosse apenas tecnologia. Mas, embora os investimentos brasileiros em inovação venham sendo elevados nos últimos o que se tem gerado efetivamente de inovação ainda está em um nível baixo[4], comparando-se com outros países. Recentemente, conversando com um dirigente de uma instituição que trabalha com o desenvolvimento de projetos focados em inovação o mesmo me afirmou que observa que, em muitos casos, os projetos são gerados com uma idéia única e como não existe aporte de novas idéias muitos projetos terminam por ficarem obsoletos. Na verdade o que acontece é que a inovação é uma idéia nova que gera resultados; todavia, vale considerar que a geração de boas idéias não é um processo fácil, justamente porque, as pessoas, em maioria, por conta da sua educação e cultura, têm muito medo de gerarem idéias que possam ser consideradas bobas ou tolas e por este motivo, muitas vezes, são inventores de apenas uma idéia única, pois passam a julgar demais as novas idéias e compará-las com aquela que gerou um processo de inovação. É muito comum constatar é que uma determinada empresa aponta um processo ou serviço que afirma ser inovador, mas na verdade é um processo ou serviço que já vem sendo aplicado no mercado e que não tem nada mais de inovador. Ou seja, é inovador apenas para aquela empresa! Por esse motivo, precisamos alertar que o processo de geração de idéias que precisa estar continuamente em pleno funcionamento, justamente para que novos processos de inovação possam acontecer poderá estar sendo estimulado na empresa ou instituição através de um clima no qual a geração de novas idéias seja saudável, natural e bem vindo. Para isso acontecer é necessário de trabalhar o resgate e desenvolvimento da criatividade no âmbito organizacional. O que pode ser feito através de metodologia e de ferramentas que estimulam a prática do pensamento criativo, à geração de idéias e a seleção das melhores idéias dentro de um contexto esperado e desejado. Portanto, felizmente, não dá para inovar pulando essas etapas, conforme afirmou Sr. William Shephard, em sua palestra no dia 06/10[5]: A criatividade pode existir sem inovação; todavia inovação não acontece sem criatividade. (*) Fernando Viana www.fbcriativo.org.br [2] www.ccl.org, com charters nos USA, Europa e Ásia. [4] Segundo Roberto Nicolsky (físico e diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica – Protec), em artigo postado na HSM Online (06/07/2009), “na soma do quatriênio 2005-2008, que compensa os efeitos das oscilações anuais, verifica-se que tivemos 389 patentes concedidas, contra 511 para a Malásia, 2.046 para a Índia e 4.321 para a China”. [5] Conferência Internacional de Abertura do Movimento Aracaju, Capital Brasileira da Criatividade, realizada no dia 06/10.2009, no Teatro Tobias Barreto, Aracaju, SE, para 1200 convidados da FBC e da rede de aliados estratégicos que apóiam o Movimento. Em breve essa conferência estará disponibilizada no site da FBC (www.fbcriativo.org.br)
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