Até chegar as telas, “Gangues de Nova York” cumpriu uma via-crucis capaz de, no futuro, servir de tema a um filme. Na verdade, Scorsese apaixonou-se pela história de Jay Cocks, sobre a formação de Nova Iorque, na metade dos anos 70, logo após concluir “Táxi Driver”. Em 1977 ele chegou a pagar uma página de anuncio de “Gangs of New York” anunciando-o como o seu próximo filme. O projeto andou por vários estúdios e finalmente foi adotado pela Miramax, apesar do seu alto custo. Orçamentado em 85 milhões, o filme foi concluído ao custo de 102 milhões de dólares, o que é muito, demasiado mesmo, para um estúdio que vive de produções independentes. Há dois anos as filmagens foram concluídas, mas a pós-produção transformou-se numa dor de cabeça. Foram quase dois anos na mesa de montagem, sem levar em conta o chamamento dos atores para filmagens extras de 15 dias. Todo este esforço valeu a pena? As bilheterias, como sempre, estão sendo muito madrastas com Scorsese (nos Estados Unidos, a receita não ultrapassou ainda os 80 milhões de dólares), mas a crítica tem se derretido de mais um show de cinema de Scorsese. O religioso Vallon, líder de uma gangue de irlandeses, prepara seus homens para enfrentar Bill, o Açougueiro, dândi que comanda uma gangue do movimento dos Nativistas, que quer acabar com a imigração irlandesa. O local do enfrentamento é o Five Points, local onde o garoto Amsterdam vê o pai ser morto por Bill. Anos mais tarde, Amsterdam encontra uma Nova Iorque diferente dos 60 mil habitantes. Para se vingar da morte do pai, Amsterdam se infiltra na gang de Bill, mas acaba se afeiçoando ao criminoso. Daniel Day Lewis volta as telas 5 anos depois do seu último filme, ao lado de Leonardo DiCaprio e Cameron Diaz. Imperdível. Fique de Olho – Em Liam Neeson. Ele tem uma pequena participação como o religioso Vallon, cuja morte desancadeia a vingança do seu filho Amsterdam. Neeson é outro grande ator que tem manifestado insatisfação com o cinema comercial de Hollywood. Esse retorno é auspicioso. Site Oficial