Neste domingo, 17 de março, Aracaju completa seus 169 anos, data que marcou a fundação oficial da cidade. No mesmo dia, em 1855, Aracaju se tornava a nova capital, sendo naquela época província de Sergipe del Rey, com a decisão oficializada em assembleia política.

Segundo o historiador Renaldo Ribeiro Rocha, o momento histórico presenciado pelo Brasil neste período era marcado por influências do desenvolvimentismo e a necessidade de avanços econômicos. Diante da realidade do país, a elite política sergipana iniciou um processo na tentativa de mudança da capital, que na época era a cidade de São Cristóvão, planejando a construção da atual Aracaju.

O território que hoje corresponde à Aracaju era formado por territórios “alagadiços, com muitos problemas e repleto de doenças”, afirma Renaldo. A cidade era exemplo de uma absoluta falta de infraestrutura e, antes mesmo de ser construída, já apresentava potencial para se tornar capital da província. 

Apesar das dificuldades enfrentadas, fortes motivações econômicas movimentavam a ideia de transferência e as autoridades políticas da região defendiam a potencialidade de exportação e o desejo da construção de um porto. Situada no litoral e rodeada pelo rio Sergipe, que deságua no Oceano Atlântico, os grandes proprietários de terra acreditavam na expansão do comércio do açúcar na região. A localização e a possibilidade de planejamento de um novo centro administrativo foram fatores primordiais para o fortalecimento da luta da elite sobre o local.

O plano de mudança da capital também tinha o apoio de Inácio Joaquim Barbosa, presidente da província de Sergipe del Rey, que já tinha experiência com governos e foi indicado pelo Imperador. “O convencimento se dá a partir das reuniões no engenho unha de gato, onde fechavam um acordo que acontecia de forma efetiva”, completa o historiador. Contemplando os interesses de maior parte da elite política, no dia 17 de março de 1855, Aracaju se tornou oficialmente a capital do estado sergipano.

por Carol Mundim e Verlane Estácio