“A coisa está complicada: é faca, é bala… A gente não tem condições de continuar nessa situação”, explicou o rodoviário. Segundo João, alguns trabalhadores já deixaram seus cargos com medo de sofrerem algum ataque: “Teve gente que saiu do emprego para não arriscar a própria vida”.

Batista informou que deve ser chamado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) para resolver o problema. O presidente também deixou claro que os roubos, que eram pontuais, agora se estenderam para todas as linhas da capital e os assaltos vêm se tornando constantes: “Apenas alguns finais de linha são policiados, mas o problema é em todo o setor, não é mais apenas em algumas rotas”

SUGESTÕES – O presidente diz que não há muito o que se fazer dentro do ônibus para evitar os roubos. A eliminação do vale-transporte, apenas, não funciona, pois sempre haverá o pagamento em dinheiro. Além disso, Batista disse que a implantação de um cofre pode ser pior, pois “o bandido vai pensar que a chave está com o cobrador (e não com a empresa) e vai atirar nele”.

“O que se deve fazer é colocar policiamento. Onde já se viu um final de linha sem isso? É difícil efetuar policiamento dentro do ônibus? É, mas temos que ter carros da Polícia rodando pela cidade”, sugeriu. O rodoviário explicou que as providências devem ser tomadas pelos empresários e pela SMTT, além da própria Polícia, pois de acordo com ele, não adinta apenas que a culpa seja jogada para a SSP.

“Se houvesse prejuízo, todo mundo tomava providência. O chefe da empresa está, à noite, em sua casa, dormindo tranqüilamente. Ninguém está com uma arma na cabeça dele… E os outros que se lixem”. Segundo o representante da classe, há falta de interesse pela segurança dos rodoviários porque as quantias roubadas não são significantes. 

Enquanto tudo não se resolve, é bom que a população se prepare para voltar para casa mais cedo com o objetivo de evitar ficar sem transporte. Até que a questão da Segurança Pública se resolva, o povo terá que dar um jeito de não ficar na rua.