O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) quer que a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) seja mais enérgica quanto as fraudes relacionadas ao passe-escolar. Recentemente a SMTT descobriu que seis funcionárias da Escola Santa Helena, localizada no bairro Coroa do Meio, incluíram seus nomes no cadastro dos estudantes que dá direito à carteira de passe-escolar.

Para o Setransp, o sistema de emissão das carteiras é frágil e passível de novas irregularidades. José Carlos Amâncio, superintendente da entidade, diz que as ações da SMTT ainda não são o bastante para combater toda a fraude existente na comercialização do passe-escolar. “Nós acompanhamos este quadro com muita preocupação. Só para se ter uma idéia, de 2003 para 2004 o índice de estudante aumentou em 28%, o que provoca uma perda anual, para o setor, de aproximadamente R$ 4,8 milhões. É um descontrole absurdo do gerenciamento do passe-escolar”, afirma Amâncio.

Ele defende que medidas urgentes sejam tomadas para combater as fraudes e irregularidades. “Se hoje você for a vários locais de aglomeração de estudantes, como nos terminais ou na porta dos colégios, vai ver que, infelizmente, voltou a venda clandestina do passe-escolar, que novamente virou uma moeda. Isso preocupa o setor porque cada vez mais estamos perdendo receita, comprometendo nossa capacidade de investimento”, lembra Amâncio.

Amâncio crê que a SMTT tem condições e deve gerenciar a  comercialização do passe, só que de uma forma mais austera e com o efetivo controle do sistema. “Nós acreditamos que o índice de estudantes ideal é em torno de 17 a 18%, ou até menos. Particularmente acredito que a SMTT esteja buscando isso”, coloca o superintendente do Setransp, que completa afirmando que há linhas cujo índice chega a 35%, 40% ao final do dia. Para ele enquanto a SMTT não tomar medidas mais enérgicas quem continuará arcando com o “prejuízo” é o trabalhador que continuará pagando um preço alto em função pela fragilidade da comercialização.