Apenas 4 municípios não têm biblioteca em Sergipe
Dos 75 municípios sergipanos, 63 têm bibliotecas cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Outros oito estão em processo de implantação, com auxílio do Ministério da Cultura (MinC), e apenas quatro cidades ainda não têm espaços como este. Contudo, isso não tem garantido o aumento da leitura entre a população. 
Quase todos os municípios têm bibliotecas no Estado
“Não adianta só pôr livros na estante”, afirma a coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas e diretora da Biblioteca Estadual Epifânio Dória, Sônia Carvalho. Ela conta ainda que está visitando as bibliotecas do interior, das 41 pelas quais passou até o momento, duas não estão funcionando. Além disso, várias estão em espaços degradados, têm acervo defasado, não têm uma política de incentivo à leitura e, pior, não fazem empréstimo de livros.
“Esses municípios estão deixando de proporcionar uma oportunidade de acesso ao conhecimento para as pessoas que não têm condições de comprar livros”, ressalta. Para sanar parte do problema, o MinC tem distribuído kits de implantação de novas bibliotecas, compostos por dois mil livros, computadores, mobília, TV e DVD. O Estado fica responsável pelo apoio técnico e os municípios, pelos servidores e manutenção. 
Sônia Carvalho: “Não basta ter livros nas estantes”
Divulgação
A diretora da Biblioteca Infantil Aglaé Fontes, Cláudia Stocker, acrescenta que os espaços que já existem precisam ser divulgados para atrair mais leitores. “É preciso realizar ações que atraiam mais pessoas”, acredita. Sônia Carvalho conta que em várias cidades do interior sequer há uma placa indicativa no próprio prédio que abriga a biblioteca.
Incentivo
Cláudia Stocker conta a sua experiência positiva à frente da
Aglaé Fontes. Desde que chegou por lá, o número de visitantes cresceu muito. Em 2008, já são mais leitores do que em todo o ano de 2007. “Nós vamos atrás dos usuários. Mandamos e-mail para quem já está cadastrado com a programação mensal, promovemos contação de história, exposições, ligamos para as escolas para convidá-las”, explica. 
Para Cláudia Stocker pais têm que se envolver
Já a Epifânio Dória, em busca de se tornar um modelo no Estado, tem atualizado seu acervo. Além dos livros já comprados, mais R$ 100 mil irão ser usados ainda esse ano na aquisição de novos títulos. “Estamos nos atualizando. Inclusive já temos disponíveis para empréstimo todos os livros de leitura obrigatória do vestibular deste ano”, orgulha-se Sônia.
Por outro lado, Cláudia aponta que além dos esforços do Estado, é necessário um envolvimento da família. “Os pais precisam dar o exemplo. As crianças vêem os pais lendo um jornal, comprando um livro e se interessam”, afirma. Stocker conta que todos os pais que levam os filhos pela primeira vez à Biblioteca Infantil acabam voltando.
Encontro
Para discutir estes problemas e soluções, acontece nesta segunda, 8, e terça-feira, 9, o I Encontro Estadual de Bibliotecas Públicas, na Epifânio Dória. De acordo com Sônia Carvalho, o encontro pretende proporcionar a troca de experiência e buscar formas de dinamizar as bibliotecas. 
Gibiteca da Agláe Fontes recebeu 2 mil exemplares recentemente
Durante o encontro, os responsáveis pelas bibliotecas municipais do Estado terão a oportunidade de participar de mesas redondas, palestras e momentos culturais. “Incutir o gosto pela leitura em uma comunidade que não lê é um trabalho lento, que se faz passo a passo”, finaliza Sônia Carvalho.
A Biblioteca Estadual Epifânio Dória fica localizada na rua Dr. Leonardo Leite, s/n, Bairro 13 de Julho e funciona de segunda a sexta, das 8h às 21h, e aos sábados das 8h às 12h. A Biblioteca Infantil Aglaé Fontes funciona em prédio anexo ao da Epifânio, com mesmo horário de funcionamento.
Por Gabriela Amorim
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