Segundo Lindemberg Monteiro, integrante da Stultifera Navis e da cooperativa, após o retorno da viagem ao Crato começou-se a realizar uma serie de reuniões e foi delas que veio a necessidade de se traçar um projeto e ações pensando no coletivo. Atualmente, participam da Arena 27 as companhias de Teatro Stultífera Navis e de Arte Mafuá, o Grupo de teatro Cruzcão, Caixa Cênica, Brincantes (palhaçaria), Grupo Experimental de Teatro da Universidade Federal de Sergipe e o Usina de Teatro.

Dentre os assuntos discutidos nas reuniões realizadas semanalmente pela cooperativa estão o cenário do teatro sergipano, além de ações de fomento, organização em grupo. “Não adianta ficar culpando A ou B pela nossa atual situação. Os artistas têm sua parcela de responsabilidade. Os problemas que temos hoje são frutos, também, da falta de articulação e de compromisso em resolver o problema de forma coletiva”, diz o integrante da cooperativa.

Sobre a relação entre os órgãos públicos e os artistas Lindemberg Monteiro é categórico. “Acredito que uma cena cultural se constrói através de um movimento que agrega várias ações. De que adianta o Governo estadual ou municipal construírem um projeto de Cultura sem que haja pesquisa, produção e pessoas que se interessem em discutir a cena como um todo?”, questiona Monteiro, que acrescenta que uma cena sem uma política cultural por parte dos governos também encontra dificuldades para caminhar.

Com relação às possíveis dificuldades e resistências que a Arena 27 possa vir a encontrar pelo caminho, o integrante da Stultifera Navis não demonstra excessiva preocupação. Para Monteiro, quando se apresenta um projeto que tenha qualidade, compromisso ético, transparência e objetivos que visam verdadeiramente constituir uma cena teatral as portas se abrem.

“Você conversa com os setores, tanto o privado quanto o público, e eles absorvem a idéia. Basta que o projeto tenha compromisso e objetivos criteriosos”, firma Monteiro, lembrando que várias entidades não governamentais surgem no Estado se dizendo representantes das classes artísticas, mas cujos projetos nunca saíram das gavetas e que só aparecem em visitas do Ministério da Cultura ou quando há alguma viagem para fazer.

PRIMEIROS PASSOS – A primeira ação da Arena 27, que visa constituir uma cena teatral em Sergipe, será a “I Semana Sergipana de Teatro e Circo” que começa neste domigo, 27, e vai até o dia 3 de abril, em Aracaju. Uma extensa programação foi preparada inclusive com a participação de grupos teatrais de outros Estados. Estão previstas palestras e oficinas, além das apresentações dos espetáculos.

Durante a Semana serão discutidos temas voltados ao teatro, a organização em cooperativas, o Conte, dentre outros. Participam do evento dois grupos de Fortaleza: A Hora da Estrela e Lesados; de Recife: Elder Vasconcelos, ex-mestre Ambrósio, que estará com o Espiral Brinquedo Meu; Ney Piacenccine integrante da Cooperativa de Teatro Paulista e articulador do “Movimento Arte Contra a Barbárie”; além dos grupos locais Companhia Usina de Teatro, Stultifera Navis, Caixa Cênica, Companhia Mafuá, Grupo Experimental, CruzCão, Experimental da UFS e Brincantes.

Serão ministradas oficinas de Palhaçaria, Danças Dramáticas, Ritual do Encontro, Laboratório do Movimento, Interpretação, dentre outras, além das palestras Teatro Sergipano e a Universidade: A Necessidade do Pacto e Conexão Nordeste de Teatro: Circulação e Articulação. As oficinas serão ministradas pelos próprios grupo que participam da Arena 27 na unidade Centro do Serviço social do comércio (Sesc) Sergipe. A entrada é franca.

Maiores informações podem ser obtidas através dos telefones: (0xx79) 9979-0546 ou 9963-9983.

Confira a programação completa:

Oficinas

Debates e palestras

Espetáculos

Shows