Neste apanhado de 78 imagens, Marcio revela o que ele chama de “uma estética da sergipanidade”, que envolve a questão do popular e do religioso. Uma estética que está traduzida neste trabalho pela devoção estampada nos rostos das pessoas, pelo mar de gente fervorosa que acompanha a procissão, pelas preces atendidas e traduzidas nos ex-votos, entre outros tantos elementos captados pelas suas lentes e sensibilidade aguçada.

Este trabalho é uma mostra das inúmeras andanças de Márcio pelas festa tradicionais de Sergipe, que resultaram em diversos registros que dariam para fazer dezenas de catálogos sobre diversos temas. Mas, por opção dele, que não envolve religião, ele afirma que achou por bem colocar as imagens do Senhor dos Passos. “Mas poderia ter sido outras manifestações que eu acompanho, como por exemplo os

O livro

O ‘Senhor dos Passos em todos os passos’ contêm 78 imagens distribuídas em 70 páginas que acompanham textos. O catálogo passeia pelos ex-votos, procissão, devotos e comércio, que representam momentos distintos da manifestação do Senhor dos Passos, que acontece todos os anos no segundo fim de semana da quaresma, em São Cristóvão. Cada parte será acompanhada de textos do professor Thiago Fragata, do historiador Luiz Antonio Barreto, da antropóloga Beatriz Góis Dantas e da professora Verônica Nunes. A apresentação da obra ficou por conta do jornalista Cleomar Brandi e o posfácio, do professor Antonio Bittencourt.

Exposição/ lançamento

A noite de lançamento acontece hoje, 30, às 19h, e será realizada na Igreja do Carmo em São Cristóvão. No lugar do tradicional sermão, será proferida uma palestra pela professora Verônica Nunes, sobre o tema fotografia documental.

Foram impressos mil exemplares do catálogo. Uma parte será doada à escolas e bibliotecas. Cerca de 200 exemplares serão trocados hoje à noite por 2kg de alimentos, que serão doados à Casa do Folclore, instituição formada pelos grupos folclóricos do município, e à comunidade carente.

Márcio é fotógrafo profissional há 15 anos e atualmente trabalha como free-lancer,  prestando serviços à Secom da PMA e atualmente está engajado em alguns projetos pessoais, como este que resultou no catálogo, obra da qual ele fala com muito carinho. “Estou satisfeito por ter contribuído para valorizar nossa cultura. Minha satisfação é também não ter feito nada por obrigação”, afirma.