Categoria desfilou pelos calçadões do centro (Foto: Portal Infonet)

‘Uma rosa despedaçada, mas com espinhos firmes e prontos para afrontar os abusos ‘patronais’’. Essa foi uma das emoções expressa pelos bancários em caminhada de protesto no centro de Aracaju nesta segunda-feira, 12. O cartaz carregado pela bancária Rosângela de Jesus, que estampa uma rosa em pedaços, idealiza o retrato que os bancários têm de si mesmo. A greve, no entanto, seria o ‘espinho’ de defesa da categoria, que há sete dias está de braços cruzados.

“As rosas são belas, mas se defendem como podem. Não é que a gente goste de fazer greve, mas é nosso último recurso para conseguirmos nossos direitos”, explicou Rosângela, que há 28 anos está na função de bancária. A categoria continua irredutível quanto às últimas propostas de reajuste salarial da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que na negociação do dia 9, apresentou 7% de reajuste mais R$ 3.300 de abono. Os bancários em âmbito nacional esperam reajuste em torno de 15%, que englobaria 5% de ganho real e outros 9,74% referente à inflação.

“O abono que eles propuseram é como se fosse um cala-boca, uma migalha para nós. Nós estamos em busca do que foi perdido com a inflação já pensando no futuro e esperamos que eles [classe patronal] tomem juízo e apresentem uma proposta decente”, protestou a presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira. Ainda de acordo com a sindicalista, a mobilização tem crescido em todo o estado e já atinge pelo menos 70% das agências em todo o território de Sergipe.

Rosângela exibe cartaz com rosa despedaçada: o sentimento dos bancários

No ato dessa segunda-feira, os bancários desfilaram pelos calçadões centrais da capital com o alarme de instrumentos musicais e sons agudos dos apitos. Cartazes e faixas acrescentaram o visual do protesto. Está marcada para esta terça-feira, em São Paulo/SP, uma nova rodada de negociação com a classe patronal.

Por Ícaro Novaes

Ivânia: abono de R$ 3 mil é migalha para calar nossa boca