De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), responsável pelo estudo, a proporção de famílias chefiadas por mulheres passou de 24,9%, em 1997, para 33%, em 2007, o que representa um total de 19,5 milhões de famílias brasileiras que identificam a mulher como principal responsável.

Durante o mesmo período, famílias formadas por casais com filhos e chefiadas por mulheres passaram de 600 mil para quase 3,3 milhões. A Pnad indica que o aumento de quase 8% pode estar relacionado à maior longevidade das mulheres, aliada a um envelhecimento geral da população. Em quase 27% dessas famílias, a mulher considerada chefe tem 60 anos ou mais e, em muitos casos, mora sozinha.

O aumento da participação feminina no mercado de trabalho também é um dos fatores responsáveis pelos índices. O Ipea alerta, entretanto, que esse aumento pode estar relacionado tanto ao aumento da precariedade da vida quanto do trabalho dessas mulheres.

Dados sobre o cuidado com os afazeres domésticos mostram, de acordo com a Pnad, “uma importante e persistente assimetria de gênero”. Os homens na posição de chefe dedicam 10,05 horas semanais aos afazeres domésticos e, na posição de cônjuges, não ultrapassam 10,44 horas semanais. Já as mulheres consideradas chefes de famílias dedicam nove horas a mais por semana.

Os dados, segundo o Ipea, confirmam que as mulheres ainda são as principais responsáveis por tarefas como cuidar da casa, dos filhos, dos idosos, da manutenção da família e de todas as atividades relacionadas ao âmbito doméstico.

Com informações da Agência Brasil