Transplantes tiveram queda em 2012 (Foto: Ilustração/Arquivo Infonet)

O número de transplantes realizados em Sergipe em 2012 caiu em relação ao ano anterior. Os números não foram informados, mas a diminuição aconteceu principalmente nos transplantes de rim.  No ano passado, houve somente seis doares de rim. O coordenador da Central de Transplantes de Sergipe (CNCDO-SE), Benito Oliveira, atribui a queda às dificuldades na realização de exames e a falta de ambulatório no Centro do Transplantador. Em Sergipe, há 99 pessoas à espera de doadores.

Uma audiência pública para tratar a questão ocorreu na manhã desta quarta-feira, 13 no Ministério Público Estadual (MPE). Na oportunidade, Bendito Oliveira ressaltou a importância da comissão intra-hospitalar para doação de órgão dentro dos hospitais e que deve haver uma remessa de relatórios mensais à Central de Transplantes. Para ele, mais importante do que os relatórios, são as atividades que devem ser desenvolvidas dentro da comissão, dentre elas o incentivo à doação de tecidos e órgãos. “No ano passado tivemos seis doares de rins. Já os de córneas foram 143 transplantes. Entretanto, as portarias estabelecem que as comissões devam funcionar e elas não estão funcionando nos hospitais. Não adianta somente enviar os relatórios, tem que haver as atividades dentro do hospital para conscientizar as famílias e profissionais em relação ao diagnóstico. Nós temos 99 pessoas esperando na fila pelo transplante de rim”, disse Benito.

"Se há doadores e fila de espera significa que estes órgãos estão indo para fora do estado" (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A promotora de justiça Euza Missano explica que em 2012 só foram feitos poucos transplantes, uma vez que a equipe está parada, já que não há ambulatório no centro do transplantador e a dificuldade na realização dos exames pré e pós-operatório, que são feitos pelo SUS. “Recebemos representação do Sindicato dos Enfermeiros do Sergipe que houve diminuição sensível do número de transplantes no Estado no ano de 2012. Houve a manifestação da Central do Transplantes de Órgãos, através do Drº Benito, que confirmou que houve a diminuição, embora houvesse um aumento do número de doadores. Se há doadores e fila de espera significa que estes órgãos estão indo para fora do estado para transplantar outros pacientes, quando na verdade nós temos espera aqui.

Córneas

A promotora ressalta ainda, que houve uma melhora no transplante de córneas diante da ação movida pelo MPE com liminar concedida e por isso o município incrementou a questão relacionada ao transplante junto ao estado. “Mas os demais transplantes como os de rim, de coração e de tecido ósseo para buco-maxilo, por exemplo, estamos precisamos complementar um pouco mais”, disse a promotora.

Acordo

Durante a audiência, os hospitais se comprometeram a encaminhar os relatórios à CNCDO. Já a clínica Renascença e o hospital São José se comprometeram a criara uma comissão no prazo máximo de 30 dias. “Hoje houve aqui um compromisso de todos os hospitais formarem as suas comissões intra-hospitalar de transplante de órgãos e tecidos. A maioria já tem essa comissão formada só o Hospital São José e a Clínica Renascença que deverá formar uma comissão em 30 dias, prazo estabelecido em termo de audiência”, disse a promotora Euza Missano

SMS

De acordo com a assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o problema mais sério está relacionado aos exames de Urografia com Contraste e Doppler Vascular. Estes são considerados problemáticos porque o prestador de serviço que a PMA dispõe é o Hospital Universitário (HU), local onde as greves e falta do próprio contraste, fazem com tais exames sejam suspensos diversas vezes ao ano.

A informação é que diante dessa situação, a secretaria vem realizando reuniões com o Nucar para ver a possibilidade de contratação de um prestador privado. Quanto aos outros exames, a SMS afirma que todos são realizados normalmente no Cemar do Siqueira Campos.

Por Eliene Andrade