Protesto no Centro de Aracaju (Fotos: Portal Infonet) A médica Gilda Lacerda A médica Sônia Maria

Médicos sergipanos realizaram na manhã desta terça-feira, 20, mais uma manifestação por conta das negociações com o Governo Federal. O ato público marca dois dias de paralisação com atendimento suspenso funcionando somente os serviços de urgência e emergência, em 30%. O protesto é contra o Programa Mais Médicos e os vetos presidenciais ao Ato Médico. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed).

Sônia Maria Matias lembra que a reivindicação dos médicos é para que a maioria da população, ainda desassistida com atenção básica, seja beneficiada. A médica que participou da manifestação no Centro da capital reforça que o programa o Programa Mais Médicos não resolve o problema da assistência para a população.

“A verdade é que este programa é uma grande mentira. Existe um equivoco muito grande de como a saúde é prestada a população. Existe a má distribuição dos médicos e principalmente as garantias que são oferecidas para que o trabalho desses médicos seja desempenhado de forma a ter todos os equipamentos que supram o atendimento”, diz.

A médica do PSF, Gilda Lacerda, afirma que não existe garantia para esses médicos que serão encaminhados principalmente para os municípios do País. “É um programa temporário e esses médicos não têm garantias de férias e previdência. Eles serão colocados em cidades do interior sem ter a garantia que existem laboratórios, tensiômetros ou estetoscópios. O Governo deveria se preocupar em instituir um plano de carreira médica. Agora contratar médicos sem o revalida [exame para médicos de fora] não é oferecer garantia de atendimento a população”, questiona.

A médica acrescenta que é preciso questionar o atendimento e a aplicação de medicação por profissionais que não são médicos. “As equipes multidisciplinares são importantes, mas temos que estabelecer limites, porque se algo ocorrer no atendimento o médico é que terá que responder”, refleti.

Por Kátia Susanna