Alunos do Paulino Nascimento fazem novo manifesto

Alunos pedem melhorias na escola (Fotos: Portal Infonet)

Estudantes da Escola Estadual Paulino Nascimento, localizada no Povoado Robalo, Zona de Expansão de Aracaju realizam na tarde desta sexta-feira, 19, mais um ato pedindo melhorias na escola. No local, estudam cerca de 836 distribuídos nos três turnos em seis salas. Uma das principais queixas dos estudantes é o forte calor, o que os impossibilita de assistir aula.

As queixas são inúmeras. À reportagem do Portal Infonet os alunos denunciaram que a aula de Educação Física é feita em um espaço fora da escola, os banheiros estariam sem estrutura e com vasos e descargas quebrados, além da falta de lâmpadas. “Nós só estamos pedindo o que é nosso de direito, que são as mínimas condições para que possamos estudar tranqüilos”, disse um dos alunos, que ressaltar que o local oferece sérios riscos à integridade e à saúde dos alunos e funcionários.

Merenda

Estudantes pararam as aulas

Os alunos se queixaram ainda da falta de funcionários, dentre eles, o de  merendeira. Eles contam que a merenda escolar está estragando, já que não há profissional para preparar a merenda. Na hora do lanche estão sendo servidos broa, suco de caju e rocambole. “Essas são as condições que vivemos aqui. Não é justo nos oferecer esse tipo de lanche já que a merenda chega e fica refrigerada sem que ninguém possa preparar. Muitas vezes essa comida vai para o lixo”, denunciou a aluna Jadiane Lins.

Professores

Os professores também se sentem impossibilitados de dar aula. Eles reclamam das condições de trabalho oferecidas. Eles contam que muitas vezes precisam se revezar para atender a todas as turmas. A escola funciona em três turnos, mas as salas não suficientes para suportar a quantidade de alunos. Por isso os professores utilizam mais quatro salas de outro prédio para garantir o ensino. “Os problemas não são novos. Toda a sociedade sabe dos problemas que enfrentamos aqui. Eles vão desde a manutenção de bebedouros e ventiladores até o mau cheiro que exala do esgoto da própria escola”, reclamaram os professores que estavam presentes na escola.

ex-profesora denuncia descasos

Interditada

De acordo com a ex-professora, Rosana Monteiro Rocha, a escola chegou a ser interditada por não estar com sua estrutura abalada. Segundo ela, alguns reparos foram feitos, mas não o suficiente para garantir novos problemas em sua estrutura. “A comunidade cresceu nos últimos anos. Então, a escola é a única de nível médio aqui na localidade e atende, além dos alunos da Aruanda, os estudantes dos povoados São José, Areia Branca e Gameleira. O fato é que esses problemas citados já são de conhecimento do Ministério Público e da Secretaria de Educação, mas há uma falta de vontade em atender às necessidades desses alunos e professores”, diz.

Segundo informou a professora, a escola passou por uma reforma de manutenção em 2009, após uma interdição feita pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Na ocasião, foram feitas obras para reforçar a estrutura de vigas. “Todo esse processo foi com o conhecimento do Ministério Público do Estado de Sergipe, através do Promotor de Justiça dos Direitos à Educação, Luis Fausto Valois”, concluiu.

“O laudo concluiu que o prédio corria risco de desabamento, o que colocava em risco a integridade física dos que frequentavam a unidade escolar. O relatório apontou que a escola apresenta várias comprometedoras, com rachaduras e casas de cupim no teto e nas paredes da sala de despensa, da sala de professores e na secretaria. Os engenheiros também detectaram que a base de uma das colunas do prédio estava comprometida e que muros e o telhado estavam simplesmente escorados. Problemas de acessibilidade também foram apontados pelo laudo técnico do MPE”.

SEED

De acordo com a diretora de Educação de Aracaju (DEA), Nádia Cardoso, o secretário Belivaldo Chagas já está ciente dos problemas. Segundo ela, uma reunião para discutir o problema irá ocorrer na próxima segunda-feira, 22.

Por Eliene Andrade