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Secretário reuniu-se com professores e alunos (Fotos: Portal Infonet) |
Professores e alunos do Colégio Estadual Leandro Maciel se reuniram ao secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, para discutir a reforma do prédio. O encontro aconteceu na tarde desta quinta-feira, 12. A comunidade escolar afirma sua insatisfação com relação à estrutura da instituição e reivindica melhorias na segurança.
A professora Maria de Fátima de Assis afirma que o objetivo da reunião é receber as respostas por parte do governo. “A situação da escola já foi diversas vezes passada para a Secretaria de Estado da Educação [Seed]. O colégio está tomado por mato, nós não temos vigilância, os banheiros estão todos deteriorados. Queremos saber o que de fato será de imediato”, afirma.
A professora acrescenta que três processos administrativos tendo a escola como foco já tramitam na justiça. Em 2012, um dossiê que enumera as diversas deficiências do prédio foi encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE).
Denúncia
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Lucas Rafael: desvio de comida por funcionários |
Os integrantes do Grêmio Estudantil da escola aproveitaram a oportunidade da reunião para denunciar irregularidades relativas à merenda escolar, que estaria sendo consumida pelos funcionários da escola.
“A princípio a pauta da reunião são as obras na escola. Mas nós iremos relatar a situação que o Grêmio testemunhou no período das férias. As aulas começaram terça-feira [10], mas nós viemos antes fazer a limpeza da biblioteca e algumas arrumações. Foi então que nós vimos um pacote de carne aberto, sendo consumido pelos funcionários. Isso é ilegal, por que apenas os alunos matriculados na unidade podem consumir este alimento”, relata Lucas Rafael Silva Aragão, presidente do Grêmio.
Lucas conta que nos dias letivos que se seguiram, a merenda fornecida pela escola consistiu em suco, broa e mel. “E quando nós chegamos na cozinha, novamente vimos os funcionários fritando carne, enquanto os alunos consumiam lanches prontos em paralelo”, completa. O aluno afirma ainda que o fornecimento ideal de carne previsto em lei é de no mínimo quatro vezes por semana, o que não vem acontecendo na escola. Além da carne, outros itens da lista de alimentos também teriam ‘sumido’ da cozinha, a exemplo de molho de tomate e açúcar.
Questionada pela reportagem, Maria de Fátima de Assis afirma desconhecer a situação relatada pelos alunos. O diretor do colégio, Carlos Augusto Carvalho Messias, também foi procurado, mas optou por não se pronunciar.
Secretário
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Deficiências na estrutura e falta de segurança são principais reivindicações da comunidade escolar |
Belivaldo Chagas afirma que a escola Leandro Maciel está na lista de espera das instituições de ensino da rede pública do Estado que necessitam de reparos estruturais. “Entre as escolas do Estado em que foi apurada a necessidade das reformas, 85 já foram ampliadas, 45 reformadas e 45 estão em processo de licitação. Ainda temos 50 na lista de espera, e a Leandro Maciel está inclusa”, diz.
Para o secretário, a possibilidade de reforma conjunta com o período letivo é uma opção inadequada. “Temos que avaliar o tamanho da reforma, por que fazer uma obra com os alunos dentro da escola é demorado e não é eficiente. São 547 alunos matriculados aqui hoje. Por isso é preciso que tudo seja muito bem pontuado, já que não é qualquer prédio que tem condições de receber esta quantidade de alunos”, expõe.
Sobre a denúncia levantada pelo Grêmio Estudantil, Belivaldo afirma que situação não havia chegado ao seu conhecimento. “Este tipo de denúncia nós só podemos apurar se apresentada por escrito. É necessário que haja provas e que se entregue os nomes dos responsáveis. Desta forma se abre uma sindicância, um processo administrativo, e se a denúncia for verídica haverá punições”, finaliza.
Por Nayara Arêdes e Raquel Almeida