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Alunos querem reforma imediata (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Pais e alunos da Escola Estadual Olga Barreto, no Conjunto Eduardo Gomes, em São Cristovão, realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira, 27, e as aulas foram interrompidas. A comunidade do bairro e os próprios alunos exigiram maior atenção para a unidade escolar e cobram providências do Governo para promover as melhorias das instalações físicas.
A direção da escola acompanhou a manifestação em silêncio. Procurado pelo Portal Infonet, o diretor não se identificou e se limitou a dizer que não concederia entrevistas, mas deixou claro que respeitaria a manifestação dos alunos e da comunidade.
“Eu já estudei aqui, meus filhos também já estudaram e tenho dois netos que estudam neste colégio, mas estou revoltado em ver a situação: a escola está cada vez mais abandonada”, comentou o eletricista Eribaldo Nunes, que participou da mobilização. “Acompanho o colégio desde 1984 e vejo com tristeza este abandono total”, lamenta.
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Matagal toma conta da escola |
A aluna Débora Costa, matriculada no sétimo ano, representou os alunos e traduziu para a reportagem do Portal Infonet toda a insatisfação daquela comunidade. Ela revelou que a escola está tomada por escorpiões, ratos e baratas. “Tem rato aqui que parece gato”, observa. “Mas nada foi feito. Eles [a Secretaria de Estado da Educação] vieram aqui quebraram o muro, colocaram as pilastras da quadra e abandonaram a obra. Desde agosto que a obra está parada”, conta a estudante. “Tem dia que nem tem aula porque a escola está muito nojenta, sem descarga no banheiro e com as fossas estouradas”, revelou.
A comunidade reclama da precariedade da estrutura física, que apresenta vidraças quebradas, paredes úmidas, grande matagal no interior da escola, fossas estouradas, bebedouros em péssimo estado de conservação e um amontoado de carteiras quebradas. Os pais e os alunos também observam que enfrentam sérios problemas com a merenda escolar.
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Dona Nazaré Peroba: neta passou mal com merenda escolar |
Todos os filhos de dona Maria Nazaré Matias Peroba, por exemplo, estudaram na escola e os descendentes mantêm a tradição. “Meus quatro netos estudam aqui, mas é muito triste ver isso. Outro dia, minha neta comeu uma broa [um dos itens oferecidos na merenda escolar] e chegou em casa vomitando”, denunciou.
Procurada pelo Portal Infonet, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) se manifestou por meio de nota enviada à redação pela assessoria de comunicação. Na nota, a Seed informa que iniciou nesta quinta-feira, 28, o recolhimento dos móveis que estavam quebrados e também já providenciou a capinagem da escola, que será executada a partir de segunda-feira, 2 de dezembro.
Segundo a nota, o Departamento de Engenharia da Seed também já está elaborando o projeto de reforma geral da escola, na qual será contemplada a construção de uma quadra esportiva.
Por Cássia Santana