UFS e Petrobras lançam revista sobre o mar de Sergipe

O lançamento aconteceu nesta sexta-feira, 13, na UFS (Foto: Projeto Marseal)

O projeto de pesquisas sobre o mar de Sergipe e sul de Alagoas lançou nesta sexta-feira, 13, a Revista Marseal, considerada a primeira do gênero publicada em Sergipe. O evento aconteceu no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe de São Cristóvão e contou com a participação de pesquisadores, representantes da instituições envolvidas no projeto, além de universitários e interessados em conhecer mais sobre a plataforma continental de Sergipe.

Com linguagem jornalística e produzida através dos resultados de pesquisas científicas realizadas pelas universidades federais dos estados de Sergipe (UFS), Alagoas (UFAL) e Pernambuco (UFPE), em parceria com o Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES), localizado no Rio de Janeiro, a Revista Marseal traz um balanço de mais de cinco anos de estudo sobre a plataforma continental compreendida entre Sergipe e sul de Alagoas.

O vice-reitor, André Maurício Souza, explicou que nos seus mais de 30 anos de vida acadêmica não tinha visto um conjunto de dados completo como o informado na revista, além de ser um estudo interdisciplinar, valorizar os pesquisadores da UFS e cumprir o papel na divulgação científica. “A revista cumpre seu papel de divulgação científica que transforma, ou seja, inova e induz mais pesquisas e mais pesquisadores”, ressaltou.

Jornalismo científico 

Revista destaca o mar de Sergipe 

Luiz Carlos S. Fontes, coordenador editorial, explica que a revista foi dividida em três áreas da oceanografia: Geologia, Química e Biologia, apresentando informações sobre as feições morfológicas do fundo da plataforma, sua constituição geológica e química, assim como a distribuição dos principais organismos.

A revista apresenta também curiosidades sobre a origem, o relevo e a vida no mar de Sergipe e Alagoas, além de fornecer um mapa de localização das unidades de conservação, informações sobre exploração econômica e os principais problemas ambientais na zona costeira.

“A preservação do mar está diretamente relacionada ao conhecimento dos diferentes ambientes existentes nele, através de detalhados estudos oceanográficos” afirmou Maria Eulália Rocha Carneiro, coordenadora do projeto na Petrobras.

Pesquisas na plataforma continental 

A Revista Marseal inicia com um convite ao leitor para embarcar na viagem ao fundo do mar de Sergipe e Alagoas, mostrando que a plataforma continental nesta região é estreita e rasa, diferente do que ocorre na região sudeste e sul do país.

Coordenada pelo jornalista Silvio Oliveira, os leitores embarcam na construção coletiva do conhecimento, com informações sobre as campanhas oceanográficas realizadas para coletar amostras do fundo marinho, os resultados das pesquisas e a integração dos diversos campos do saber.

Mostrando as novidades das pesquisas, o passeio começa mapeando os sedimentos do fundo marinho, sua composição e as formações geológicas. “O que chama atenção em Sergipe é a existência de recifes submersos e de cânions, estes últimos considerados os maiores do nordeste brasileiro. Não poderia deixar de explicar também o porquê de, em Sergipe, a cor do mar ser diferente dos demais estados do nordeste do Brasil “, afirma Luiz Carlos Fontes.

Sobre a química do fundo marinho, Lara Arguelho, pesquisadora da UFS, afirma que a distribuição da matéria orgânica está fortemente associada à influência dos rios na zona costeira. Por sua vez, a análise de metais e hidrocarbonetos do petróleo não revelou sinais de contaminação associados às atividades de exploração de petróleo e gás.

Por outro lado, no estudo realizado sobre impacto de esgotos domésticos na plataforma continental, já se observa contaminação fecal nos sedimentos localizados próximos ao rio Sergipe.

A terceira parte da revista mostra a importância dos habitats marinhos na distribuição da vida no fundo do mar. Nas áreas mais profundas, encontra-se grande número de macroalgas e de seres pertencentes ao grupo da macrofauna bentônica. Os crustáceos, moluscos e equinodermos são mais expressivos nas áreas rasas e lamosas.

No que diz respeito às aves, mamíferos e quelônios marinhos, o projeto registrou, através de avistagens a bordo do navio de pesquisa Seward Johnson, 36 espécies, algumas dessas classificadas como ameaçadas de extinção. Ao todo, foram 28 espécies de aves marinhas – o grupo mais abundante, seis de cetáceos e duas de tartarugas. Tais organismos utilizam o mar de Sergipe e Alagoas de forma contínua ou em períodos específicos de seus ciclos de vida, sendo este conhecimento fundamental para a conservação das espécies.

Novas pesquisas têm sido obtidas em águas profundas, ou seja, o projeto Marseal continua com coletas de amostras na região do talude continental em áreas de até 3mil metros de profundidade. “Espera-se, no final, ter uma compreensão mais ampla e integrada do ambiente marinho permitindo, assim, o desenvolvimento de programas de manejo e conservação”, diz Eulália Carneiro.

Fonte: Assessoria de Comunicação Projeto Marseal

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais