Candidatos se aglomeraram em frente à Semear (Foto: Portal Infonet) |
Houve tumulto no segundo dia de inscrições – ocorrido nesta terça-feira, 13 – para o Programa Petrobras Jovem Aprendiz, que visa dar oportunidade de emprego a estudantes da rede pública de ensino que têm entre 17 e 19 e se encontram em situação de vulnerabilidade social. O desagrado surgiu por conta do número de pessoas que acabaram ficando de fora da seleção – o número de senhas distribuídas aos adolescentes de Nossa Senhora do Socorro, 60, foi considerado insatisfatório.
Na multidão aglomerada do lado exterior à Sociedade Semear, que organiza o processo seletivo, adolescentes e acompanhantes – mães, tias –, lamentavam o tempo perdido na espera. “Cheguei aqui ontem às 10h da manhã. Deixei minhas responsabilidades e meu conforto, ainda que mínimo, para poder vir”, reclamou Alcinara Eloy Bastos, que levou a filha, uma sobrinha e dois adolescentes de sua vizinhança para a porta da Semear.
Mães exibem sacolas de roupas que demonstravam a longa espera no local |
Alcinara se disse frustrada por não ter conseguido fazer com que os adolescentes que acompanhava tivessem a chance de participar da seleção. “Por que eles não podem passar nem pelo processo? E por que um município tão grande como Socorro teve apenas 60 senhas, se Aracaju teve 200?”, questionou.
Vários estudantes se queixavam de uma lista de ordem de chegada organizada por alguns candidatos e que, segundo eles, teria privilegiado algumas pessoas. Durante o período de espera, eram feitas chamadas que eliminavam os ausentes – segundo os candidatos que teriam sido prejudicados, entretanto, isso acabou servindo para ‘encaixar’ pessoas que estavam de fora da fila.
“Tinha lá no folheto 60 vagas. Ficasse quem quisesse”, ponderou, por outro lado, Maria Cícera dos Santos, uma das mães que não conseguiu que seu filho recebesse a senha. “Quando cheguei, já tinha 82 pessoas. Meu filho entrou em 59º”, explicou por sua vez Acácia Maria Santos, esclarecendo que a fila também andava conforme alguns candidatos que não possuíam os requisitos do programa se retiravam.
Critérios
Carlos Britto: número de senhas é limitado pela complexidade da seleção |
Segundo o diretor-presidente da Sociedade Semear, Carlos Britto Aragão, as senhas distribuídas são limitadas pelo número de vagas disponíveis. “Se você não limitar o número de senhas, fica complicado. Todo mundo sabia que tinha só 60”, argumentou.
O número de vagas, segundo o diretor, é definido de acordo com a população do município participante e com a presença da Petrobras na região. Por conta desse último critério, locais como Carmópolis, onde a empresa atua fortemente, receberam maior número de senhas que outros municípios com maior número de habitantes.
Britto informou ainda que o limite acontece devido à complexidade do processo seletivo dos estudantes. “Nossa seleção não é simples, não é só fazer uma prova. Tudo é conduzido pelo comitê da Petrobras e discutido nacionalmente”, relatou. De acordo com ele, depois que o candidato entrega sua ficha, ele ainda passa por uma entrevista e, por fim, por uma visita à sua residência para que seja comprovado que o estudante se encaixa dentro das condições do Jovem Aprendiz, como a situação de vulnerabilidade social.
A terceira edição do Programa distribui 1.200 senhas para 14 municípios sergipanos. Na tarde desta terça-feira, participaram da seleção São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro, tendo recebido 60 senhas cada um. A expectativa é que cerca de 200 vagas de emprego sejam disponibilizadas pela Petrobras aos jovens.
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