Estudantes e pais cobram volta às aulas em escola

Comunidade realiza manifestação na Praça (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Estudantes, pais de alunos e professores da Escola Estadual Lourival Fontes realizaram uma manifestação na Colina do Santo Antonio, no início da tarde desta terça-feira, 10, em protesto à morosidade pelo retorno às aulas. A escola foi interditada no dia 29 de maio e, desde então – aliado ao período em que os professores da rede estadual estiveram em greve – os alunos estão longe das salas de aulas.

A estrutura física da escola está condenada e o imóvel sofreu interdição no dia 29 de maio deste ano em atendimento à orientação das Defesas Civis Estadual e Municipal. Segundo informações da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Educação (Seed), as instalações físicas da escola ficaram ainda mais comprometidas devido à ação da própria comunidade em retirar, de forma constante e irregular, areia do encosto do morro no qual a escola foi construída.

O estudante Jonathan Hora, presidente do Grêmio Estudantil Professora Jailda Santos, lamenta que os alunos estão sem aulas e garante que o ano letivo já está completamente comprometido. “As obras do muro de contenção foram iniciadas, mas já foram suspensas, eles dizem que já alugaram o imóvel e a gente nem sabe quando as aulas vão começar”, lamenta.

Prédio onde deverá funcionar a escola

Até os professores, que antes paralisaram as atividades e permanecem mobilizados pelo reajuste linear do piso do magistério, estão em sintonia com pais e alunos pelo retorno imediato das aulas. “Estamos apoiando esta manifestação para buscar uma solução para este caso de forma que as aulas sejam logo reiniciadas”, ressalta a professora Marinêz Camilo, que ensina naquela escola desde o ano de 2003. “Estamos aguardando”, diz.

A dona de casa Rita de Cássia Alves de Souza possui três filhos, todos matriculados naquele colégio. “Eles já encontraram local para colocar alunos de outras escolas que também estão em reforma, mas não querem dar aulas para os alunos do Lourival Fontes”, reclama. “Eles pediram prazo de 15 dias e já tem mais de um mês e não tem nenhuma solução”, lamenta.

Seed

A Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Estado da Educação informou que já está adotando providências para solucionar o problema e reiniciar as aulas, que deverão ocorrer em um prédio vizinho, onde por muito tempo funcionou uma clínica médica.

Jonathan Hora: lamentações

A direção da escola não se manifesta, mas o Portal Infonet conseguiu conversar com professores e a categoria alerta que as aulas só poderão ser retomadas quando houver uma limpeza. “Tem que dedetetizar todo o prédio porque há muito inseto, como baratas e ratos. É um prédio que está aí sem uso há muitos anos”, comenta uma professora, que prefere o anonimato.

A Assessoria de Comunicação da Seed garante que todos os procedimentos serão adotados para garantir a volta às aulas em condições de completa salubridade. Segundo a assessoria, o contrato já está em fase de elaboração, passando pelos processos burocráticos inerentes à administração pública, aguardando apenas a avaliação do imóvel, que deve ser feita pela Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop).

A assessoria da Seed confirma que as obras foram iniciadas, mas a secretaria foi obrigada a paralisar devido à ação da comunidade que continuou a retirar areia do morro, comprometendo ainda mais a estrutura. Na porta da escola, há placa indicando prazo de 90 dias para reforma e ampliação do colégio, em valor de R$ 235.610,11. No entanto, os cálculos da obra, segundo a assessoria deverão ser refeitos, assim como também o projeto de engenharia sofrerá por modificações.

Manifestantes usam megafone para protestar contra morosidade

Devido a todos estes problemas, a Seed não tem estimativa sobre a data de reinício das aulas nem também do reinício das obras de reforma e ampliação da escola.

A Assessoria de Comunicação da Cehop informou que a avaliação do imóvel será concluída na próxima semana.

Por Cássia Santana