Veja como identificar o Déficit de Atenção em crianças

Falta de atenção pode ser um dos sintomas da doença (Foto: Pixabay)

Desatenção, hiperatividade e impulsividade podem ser sintomas muito comuns entre as crianças, mas em alguns casos, tais características podem estar relacionadas ao Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDA é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas.

De acordo com a psicóloga Ana Celma Dantas, por muito tempo, acreditou-se que o transtorno atingia apenas crianças. “Ele foi por muito tempo considerado um transtorno da infância, só que hoje percebe-se que é um transtorno do neurodesenvolvimento porque a partir do momento que de fato é diagnosticado e há conclusão de que a criança apresenta este transtorno, ele pode acompanhar o indivíduo até a idade adulta, então não é mais visto apenas como transtorno da infância”.

Mesmo parecendo fácil, especialistas dizem não ser tão simples diagnosticar uma criança com TDA ou TDAH [Transtorno de Déficit de Atenção com hiperatividade]. Sintomas como: falta de atenção nas tarefas, à criança tem dificuldade em focar, perde coisas com frequência como material escolar, distrai com facilidade, costumam evitar tarefas que tenha raciocínio e dificuldade de ouvir, são alguns dos sintomas que podem caracterizar o déficit de atenção.

 “Existem dois tipos, o predominantemente desatento que seria quando os critérios são preenchidos para a desatenção [TDA], mas não para hiperatividade [TDAH] [quando a criança se mexe muito, que não para quieta] e a impulsividade [dificuldade de controlar suas decisões, comportamentos], porque nem todos que tem transtorno têm a questão da hiperatividade. Para diagnosticar é preciso que o indivíduo preencha uma serie de critérios em um determinado período de tempo. Requer que os sintomas tenha iniciado antes dos 12 anos e que estejam presentes em pelo menos seis meses em um grau que seja incompatível com o nível de desenvolvimento da criança”, esclarece a psicóloga.

Diagnóstico errado

Psicóloga Ana Celma Dantas explica sobre o transtorno (Foto: Portal Infonet)

Mesmo apresentando os sintomas, os pais devem ficar atentos ao diagnóstico errado e que pode ser muito comum. “O que hoje a gente sabe é que existem diagnósticos errados por aí. Crianças e adolescentes que não tem TDA estão recebendo esse diagnóstico. Há críticas com o mau diagnóstico porque pessoas que não tem o transtorno podem estar recebendo benefícios sendo que elas talvez não precisem. O ideal é procurar um profissional adequado. Se for criança um psiquiatra infantil e a depender do caso um neuropsicólogo. Muitas vezes será preciso um diagnóstico multiprofissional porque existem escalas e questionários que vão ser aplicados aos pais e professores para poder avaliar a criança de forma melhor e mais criteriosa", orienta.

Tratamento

O tratamento para o déficit de atenção não é tão simples. "Varia de caso para caso, do grau de comprometimento e da necessidade da criança ou adulto. Óbvio que vai ter casos de se fazer terapia por algum tempo e até acompanhar o indivíduo pela vida adulta, porém o que se percebe é que algumas pessoas tem um avanço tão grande que parece que elas não têm o transtorno. Tem adultos que convivem com a doença, faz os tratamentos e tem uma vida normal, pois não é algo incapacitante", informa.

Segundo a psicóloga, o tratamento pode ser de diversas formas. "Hoje existem muitos tratamentos como treinos, atividades que vão ajudar a criança a melhorar esses aspectos que estão atrapalhando ela. Existem também casos que vai ser recomendado medicamento, pois ele vai agir na bioquímica cerebral, vai restabelecer substâncias que não estão adequadas no cérebro porque por mais que haja atividades de estimulação cognitivas que mexa com a atividade cerebral, as vezes só a terapia não dá conta daí vem o auxílio medicamentoso", diz.

Conselho

A psicóloga orienta que os pais nunca rotulem o comportamento da criança. "Nunca esqueçam que tem que ter cuidado com os extremos. Nem patologizar tudo e nem transformar o que é normal e saudável em doença porque a criança que brinca, é agitada muitas vezes incomoda e é mais fácil dar um rótulo do que apenas aceitar que ela está manifestando o que é esperado para a idade dela. A dica é olhar a coisa mais leve e julgar menos. Aquilo que não entende, tentar procurar saber com um profissional, buscar ajuda do professor e não só ficar no olhar de casa e saber que criança é única e duas crianças com o transtorno nunca serão iguais", avalia.

Por Aisla Vasconcelos

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