Para o bem e para o mal, um austríaco vem causando sensação nas quadras de tênis da Orla de Atalaia, em Aracaju. Daniel Koellerer, de 22 anos, é o centro de todos os olhares quando entra em quadra, tanto pelo seu eficiente jogo, que o fez chegar às semifinais da quarta etapa da competição nesta quinta-feira, ao derrotar o argentino Máximo González por 7/6(7) 3/0 e retirada, como pelo seu jeito irreverente.
Os gritos e gestos espalhafatosos, muitas vezes ofensivos, do vice-campeão da etapa de Bogotá (COL) já foram motivos de diversas suspensões durante sua carreira. Mesmo assim, o cabeludo continua freqüentando a sala da ATP para receber orientações e também para reclamar de tudo e de todos.
O austríaco, que levou o título de duplas da etapa chilena, assume que seu temperamento incomoda, mas nem por isso se arrepende. “Tenho cinco almas dentro de mim e tenho que extravasar isso de alguma maneira. Se eu não agisse assim, não estaria aqui. Mas tenho sorte, porque a maioria dos meus adversários não parte pra cima de mim”, contou rindo em uma coletiva de imprensa na Colômbia. A exceção foi o italiano Federico Luzzi, que o agrediu na saída de um jogo e acabou levando uma suspensão de três meses.
Tudo isso leva Koellerer a ser um dos mais polêmicos jogadores do circuito. Seus jogos em Aracaju estão sempre lotados e, entre os espectadores mais velhos, o que surge à mente ao ver o “crazy Dani” (seu apelido) são as imagens de John McEnroe, ex-número 1 do mundo e ganhador de 17 Grand Slams, entre simples e duplas, e de outro austríaco, Thomas Muster. E aí surgem as mais variadas histórias – que já viraram mito -, como, por exemplo, de que Koellerer não pode entrar na Itália, de que foram anulados alguns torneios pelo simples fato de ele ter se inscrito, de que ele pediu um convite em uma competição que não estava inscrito alegando ser um showman e não poder ficar fora e por aí vai.
Essa tensão criada pelo austríaco já teve uma repercussão prática: alguns jogadores estão fazendo um abaixo-assinado para tirá-lo do circuito profissional. O resultado disso ainda é incerto, mas o fato é que o tênis mundial perderia um pouco da sua loucura com a saída de Daniel.
Nesta sexta, ainda sem horário definido, Koellerer – que eliminou o paulista Thiago Alves na segunda rodada – enfrenta o sérvio Boris Pashanski, cabeça-de-chave 3, por uma vaga na final do torneio. Pashanski passou pelo argentino Martin Vassallo Arguello por 2 sets a 1, com parciais de 6/3 0/6 6/3.
Nos outros dois jogos das quartas-de-final, Oliver Marach (AUT) pega Carlos Berlocq (ARG) e Gianluca Naso (ITA) encara Nicolas Lapentti (ECU), atual campeão da etapa.
Transmissão
A final da etapa de Aracaju será realizada às 19 horas locais (20 de Brasília) deste sábado e terá transmissão ao vivo do Canal 21. No dia seguinte, a ESPN Brasil mostra o teipe da partida às 16 horas de Brasília. A ESPN Brasil também transmite uma das semifinais no sábado às 16h30 de Brasília.
Shows
Estão programados dois shows de rock e pop para o público que vier assistir às finais da Copa Petrobras. Hoje, a partir de 23h, se apresentará o grupo Diva, enquanto que no sábado, no mesmo horário, o Hiddra entra em cena.