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Torcidas fizeram a festa apesar das proibições. Mas a queixa foi grande (Fotos: Portal Infonet). |
O jogo entre Confiança e Fortaleza, nesta quarta, 8, teve um momento inusitado vindo das arquibancadas. Era a primeira partida após o anúncio da proibição de artigos que identifiquem Torcidas Organizadas, que se transformou em alvo de protesto dos torcedores azulinos.
Sobrou mesmo para a Federação Sergipana de Futebol (FSF), que em acordo com a Policia Militar de Sergipe, definiu pela proibição de materiais que identificassem as Torcidas Organizadas do Confiança, medida que acabou se extendendo para a proibição da bateria (instrumentos musicais) e de bandeiras.
Logo após o fim do primeiro tempo, empolgada com o gol de empate do Dragão, a torcida azulina começou a puxar palavras de ordem e músicas que questionavam o comando da FSF e pediam a saída do presidente José Carivaldo de Souza. No início da partida alguns policiais também foram vaiados por exigir a remoção de uma faixa.
A proibição anunciada pela FSF, e que teve apoio garantido pela Policia Militar, através do Major Paulo Paiva, visava atingir a Torcida Trovão Azul e a Torcida Jovem do Confiança, agremiações que se identificam como Torcidas Organizadas no clube do Bairro Industrial.
A justificativa surgiu após a confusão no clássico entre Sergipe e Confiança no dia 1º de Maio,e foi enquadrada no artigo 39 do Estatuto do Torcedor que versa: “Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência; […] de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos”.
A série de outras proibições – instrumentos de percussão, bandeiras, faixas etc – acabou por atingir um outro grupo de torcedores, o Movimento Azulino, que também foram proibidos de fazer as tradicionais festas nas arquibancadas.
M. Barreto, um integrante do Movimento Azulino explicou os gritos contra a FSF: “A gente fez aquilo porque um cara que está no comando do futebol sergipano a cerca de 30 anos nunca fez nada pra melhora-lo, só faz piorar o nosso futebol e isso acaba afastando os poucos torcedores que temos”.
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Em seu local tradicional, a Trovão Azul também não deixou de torcer. |
A revolta dos torcedores tem reverberação nos fatos que aconteceram no clássico entre Sergipe e Confiança, quando torcedores azulinos foram agredidos por membros do Batalhão de Choque e da Policia Militar sem ter participação na confusão que se instalou no gramado.
“[A Federação] fica dando apoio a essa policia que acha que está acima da lei, proibindo tudo. Tem que ser louco e muito apaixonado por algum time daqui pra continuar indo aos estádios”, completou o torcedor.
Os torcedores também questionavam porque a punição não se resumiu aos infratores, que foram detidos no dia do jogo. Apesar das proibições, a torcida do Confiança compareceu em bom número para a partida contra o Fortaleza, e precisou levar as músicas nas palmas da mão.
A proibição dos artigos de torcida deve seguir durante os próximos 30 dias, quando o Campeonato Sergipano já estará encerrado. Para a disputa da Série D ainda não está prevista a continuação da proibição. Apenas uma equipe sergipana terá vaga na quarta divisão nacional.
Por Irlan Simões