Pondé, do Lagarto: “é melhor ver jogo pela televisão”

Pondé: na Bahia, ninguém quer saber de jogador sergipano (foto: divulgação)

Comandante recém-contratado pelo Lagarto no Campeonato Sergipano, o técnico Luiz Pondé não pode ser chamado de novidade no estadual. Sua ficha tem carimbo de praticamente todos os times do estado, registra mais de uma passagem por alguns e o fez adquirir fama de eterno quebra-galho das equipes em situação de emergência. Mas com mais de 30 anos de carreira dedicada aos gramados, o técnico não se esconde atrás do discurso pronto e senta a mão no mendicante futebol sergipano.

De acordo com Pondé, “cansaço” não o afeta, mas o campeonato estadual está cada vez mais desmotivante. “O problema é a falta de estrutura daqui. O primeiro problema foi a saída de um time como Olímpico. Ora, um campeonato com nove equipes não pode ser coisa boa. Em segundo lugar, temos a baixa renda das partidas. Os responsáveis sabem que os jogos coincidem com partidas de campeonato carioca e paulista, mas não fazem nada. Todo mundo sabe que é melhor ver jogo pela televisão do que pegar estrada para ver esses jogos”.

Depois de passar pelo Socorrense em 2013, Pondé foi trabalhar com peneiras na Bahia e, segundo ele, acompanhou pouco o campeonato estadual. Mesmo assim, uma equipe chamou sua atenção. “O Estanciano conseguiu arrumar um bom time. Mas levou um choque e o tiro saiu pela culatra. Levou 3 a 0 dentro de casa. E é aí que as cobranças começam”.

O técnico também falou sobre a responsabilidade que o Lagarto tem de representar o estado na Copa do Brasil. “O dinheiro que se ganha com a Copa do Brasil paga as contas de um campeonato inteiro daqui. Mas vai ser muito difícil. No estadual, a campanha está péssima. Temos que ver onde está o erro. Na alimentação, na estrutura, no campo, na técnica. Vou fazer o que manda a experiência”.

Pondé também se mostrou preocupado com a falta de planejamento dos times e a baixa qualidade técnica dos jogadores locais. “Já andei muito e nunca vi tanta desorganização quanto aqui. E todo ano é a mesma coisa. O pessoal gosta de falar em ‘projeto’. Mas… projeto de quê? É só o time perder que acaba o ‘projeto’. E aí o jogador que é dispensado fica parado, esperando a segunda divisão. Porque na Bahia, por exemplo, ninguém contrata jogador sergipano. Ninguém acredita lá que possa sair algum jogador de qualidade daqui”.

O novo treinador do Lagarto também ressaltou a importância da base. “Há escolinhas em Lagarto com um bom trabalho. E sei que há jogadores de sub-15, sub-17 que têm qualidade e podem jogar. Mas os clubes só pensam em fazer dinheiro em cima dos caras. Eu trabalhei em várzea e peneiras muito tempo. Gosto de investir no jogador”.

Por Igor Matheus

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