|
Chicão Peixoto: treinos diários (fotos: Igor Matheus/ Portal Infonet) |
Ele tem vinte anos de jiu-jitsu. Possui títulos internacionais no currículo. É árbitro reconhecido da Confederação Brasileira. Foi professor de grandes atletas. E levará toda essa bagagem para a luta principal da segunda edição do Desafio Black Belt de Jiu-Jitsu no próximo domingo, 9, no Teatro Atheneu. Faixa-preta há dez anos, o alagoano Chicão Peixoto, da Nova União, está completamente focado no seu combate com Eduardo Hernandes, da Alliance.
Faixa-preta formado pelo mestre Wendel Alexander, Chicão já foi vice-campeão brasileiro, vice-campeão mundial e campeão pan-americano na categoria sênior. De acordo com ele, a preparação para a luta do próximo domingo se iniciou há três meses. “Foi um período cansativo, mas prazeroso. Além de treinos técnicos e estratégicos com professores como Marcelo Santos e Wilton Guimarães, também fiz trabalhos de musculação e treinamento funcional. Agora nessa fase final o negócio é relaxar”.
|
O faixa-preta sobre o desafio: "Não escolho adversário" |
Apesar de ser 20 kg mais pesado que o adversário, Chicão não abriu mão de rolar no tatame com parceiros de todo tipo de peso. “Fiz treinos específicos com gente mais leve e com gente mais pesada, e estava todos os dias no tatame. Às vezes, até, de manhã, de tarde e de noite”, detalha. Chicão também comentou sobre sua luta com o carioca Eduardo Hernandes, um adversário inédito que é ninguém menos que seu ex-professor na época em que o alagoano era faixa-roxa.
“Foi um bom professor, mas discordávamos em certas coisas e cada um seguiu sem caminho. No mais, não tenho outra opinião sobre ele. Não escolho adversário”. O faixa-preta reforçou ainda que não há clima negativo de “rixa” entre ele e Hernandes. “Fora do tatame a história é outra. Não podemos deixar a disputa virar baderna. Trabalhamos muito tempo para conquistar o status que o jiu-jitsu tem hoje para deixar tudo ir por água abaixo”.
O lutador também ressaltou a ajuda que vem recebendo de seu antigo mestre Wendel Alexander, mesmo à distância. “Ele mora no Rio de Janeiro, mas sempre quer saber como está a preparação e me dá várias dicas de estratégia. É um cara dedicado a seus alunos e isso só reforça a ideia de que nossa equipe é uma família”. Chicão também frisou que está preparado para qualquer surpresa. “No jiu-jitsu o atleta não pode se contentar em ter um plano B. Ele tem que ter plano C, D, E, F, e por aí vai. Não posso antecipar o que vai acontecer na luta, mas tenho saídas para pontuar e finalizar”.
Árbitro na primeira edição do Black Belt em 2013, o representante da Nova União na maior luta do Desafio ressalta a importância do evento. “Não havia um modelo a ser seguido e a tendência é que o Desafio melhore cada vez mais. No próprio Nordeste o evento já é referência. E todos sabemos que o jiu-jitsu sergipano é forte e não fica a dever para estado nenhum”.
Por Igor Matheus