Escolas oferecem bolsas para atletas jovens

Jovens atletas unem a paixão pelo esporte com a oprotunidade de estudar em escolas privadas
Não é difícil ouvir relatos de jovens que por ocasião do sucesso em alguma modalidade esportiva, acabam sendo atraídos por grandes escolas particulares que oferecem bolsas de estudos. Prática recorrente em Aracaju, o benefício tem o principal propósito de “oferecer a melhor formação escolar para o estudante, enquanto ele contribui com a sua força esportiva”, como define o coordenador de esportes de um colégio privado, Antônio César Moura.

De acordo com César, que exerce a função há 31 anos, o incentivo é voltado principalmente a estudantes de escolas públicas e surgiu da necessidade que as escolas privadas tiveram, ao longo dos anos, de complementar as próprias equipes.

O contato com os jovens talentos surge em competições realizadas entre as instituições, onde professores agem como técnicos e ‘olheiros’. “Hoje, porém, há uma inversão, pois muitos pais trazem os filhos voluntariamente e questionam o interesse da escola naquele atleta”, ressalva. Futsal, handebol e atletismo são as modalidades mais procuradas. Feita uma avaliação econômica e do histórico escolar, o estudante ganha a vaga.

Antônio César diz que professores agem como “olheiros” na busca por novos talentos
“Nosso objetivo é que ele seja tão bom nas aulas quanto é nas quadras”, avisa o coordenador. Nesse sentido, Antônio informa que os alunos bolsistas não possuem nenhum privilégio frente aos demais. Os técnicos são orientados a também ressaltar a importância dos estudos, liberando os alunos para suas obrigações escolares. “Esses estudantes têm as mesmas obrigações que qualquer outro: não fugir aos regimentos da escola, não reprovar dois anos seguidos, fazer as provas, etc”, diz.

Oportunidade

Foi depois de ter sido vista jogar por um técnico que Gabriela Vieira, 14, conseguiu a bolsa de estudos para a escola que freqüenta. Ela cursa o 8º ano do ensino fundamental e já acumula três medalhas de ouro e uma de prata, conquistadas em duas competições locais.

“Quando você joga bem, oportunidades como essa sempre aparecem. Além de estudar em uma escola legal, a gente pode ser vista em alguma competição e partir para times profissionais”, diz a estudante, que joga vôlei e futsal há quatro anos.

Jaysa e Gabriela acumulam medalhas e dizem que conciliam bem o esporte e os estudos
Diante da relação estudos x esporte, ela é enfática. “Não prejudica em nada, porque os treinos ocorrem duas vezes por semana e aos sábados. Sobra tempo pra estudar”, brinca. Gabriela acrescenta que diante das notas baixas, sempre recebe orientação para que os estudos permaneçam em primeiro lugar e é cobrada por isto.

A história também se repetiu com a amiga de time Jaysa Costa, 16. A garota pratica Judô e Futsal há três anos e também foi atraída por um ‘olheiro’. Ela já ganhou medalhas em competições locais e nordestinas, contabilizando seis de ouro, uma de prata e duas de bronze.

A estudante também não vê problemas em conciliar as duas atividades, acrescentando que depende muito do esforço de cada estudantes. “A escola nos dá a oportunidade de investir no esporte e nos estudos, com qualidade, então só cabe a cada um fazer sua parte”, diz.

Adaptação à nova realidade

Diante da diferença social que é imposta ao estudante com a chegada na nova escola, um problema que pode ser recorrente é a inadequação do aluno à instituição. “Muitos desses meninos são pobres e, quando são do interior, às vezes nem conseguem dinheiro pra transporte ou lanche. Por isso é importante que a escola considere todos os aspectos que cercam essa mudança”, aconselha Antônio.

Por Diógenes de Souza e Raquel Almeida

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