Atletas em dificuldade recebem apoio de instituição

Instituição existe há 25 anos e trabalha com atletas e ex-atletas (Fotos: Portal Infonet)
Aos ex-jogadores de futebol que não tiveram alternativas com o fim da carreira, resta a solidariedade dos que vivem em melhor situação. Um dos que adotaram para si a causa de ajudar aos ex-colegas foi Nilson Braz, conhecido como ‘Xerife’, falecido no dia 29 de junho deste ano. “Ele fazia o que podia, chegando até a organizar campanhas. Era um cara muito solidário, muito humano”, lembra José Oliveira, o ‘China’, um dos grandes nomes do futebol sergipano nas décadas de 1970 e 1980.

“China” cita, ainda, o trabalho da Associação de Garantia do Atleta Profissional de Sergipe (Agap). A instituição foi criada há 25 anos e hoje tem o trabalho reconhecido em todo o país. Focada em atletas em formação, atletas em carreira e ex-atletas, a intenção é prestar assistência nas áreas de educação, saúde, jurídica e social.

Silvio Freitas diz que jogadores não sabem lidar com momento transição
Silvio Alves de Freitas, presidente do órgão, confirma que a maior preocupação é com o momento de transição por que o jogador passa quando deixa os campos. “O futebol é a ilusão de uns e o benefício de poucos. Se tornar um ídolo é muito fácil e por isso, quando joga, o menino não consegue pensar em ter outra profissão”, teoriza.

Renda

Um levantamento feito por um grupo de instituições como a Agape registrou que, em 2009, apenas 0,03% dos jogadores de futebol que não estão mais em atividade ganham acima de R$ 100 mil. Já os ex-atletas que ganham entre 1 e 5 salários mínimos somam 85%, sendo que metade desse número não chega a receber nada. “O atleta precisa se conscientizar de que é uma atividade passageira”, alerta Freitas. Atualmente o Brasil tem 75 mil atletas profissionais em atividade.

Além de proporcionar a formação nos níveis fundamental e médio, a Agap costuma firmar convênio com o Conselho Regional de Educação Física (Cref), faculdades e universidades no sentido de oferecer formação superior. Entre 2008 e 2009, de acordo com o presidente da instituição, foram formados 30 técnicos de futebol com a base no curso de Educação Física. “Em todos esses anos, nem sempre os atletas foram receptivos a se associar. Mas hoje, os próprios dirigentes já fazem o trabalho de conscientização com os atletas”, explica Freitas.

Com os que atualmente passam por dificuldades, o trabalho foca a distribuição de medicamentos, cestas básicas e atendimento médico – tratando, inclusive, os casos de alcoolismo. A Agap discute, ainda, a construção de 100 casas populares para quem não tem imóvel.

Jovens

‘China’ destaca, ainda, a orientação que os clubes deveriam dar também às categorias de base. Na televisão, inclusive, são comuns os casos de jogadores de grande sucesso que arriscam a carreira por conta do envolvimento com bebidas e drogas. “Enquanto ex-atletas, pais e técnicos, a gente também assume a função de passar para os mais novos que em primeiro lugar deve vir o homem e, depois, o jogador. Um é conseqüência do outro”, afirma.

Por Diógenes de Souza e Raquel Almeida

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