A proibição de som nos bares

A audiência aconteceu nesta segunda-feira,30
Na noite desta segunda-feira, 30, a Câmara de Vereadores de Aracaju realizou uma audiência pública para ouvir a opinião de empresários, artistas e funcionários de estabelecimentos que estão prejudicados com a proibição de som nas casas que disponibilizam som ao vivo.

A audiência foi marcada pela ausência de representantes do Ministério Público e do pelotão ambiental da polícia militar. Setores bastante criticados por artistas e empresários.

O vereador Nitinho (DEM) começou a audiência destacando que a norma da ABNT cita que o limite máximo permitido do som chega a 60 decibéis, mas explicou que em uma conversa formal o limite pode chegar a 62, o que ultrapassaria as normas da legislação.

O vereador Nitinho
Nitinho saiu em defesa dos donos de bares e esclareceu que as denúncias muitas vezes podem ser infundadas. “Muitas vezes para provocar, um vizinho denúncia o outro, mas o objetivo principal é prejudicar o negócio do empresário”, ressaltou o vereador, salientando que o som dos bares da Orlinha do bairro Industrial, localizado na zona norte da capital, não incomoda a vizinhança.

O presidente da câmara de vereadores Emanuel Nascimento foi enfático ao dizer que o objetivo da audiência era ouvir a todos. “Nós viemos ouvir a comunidade. Precisamos tomar uma decisão na câmara de vereadores e temos que ouvir a todos”, falou.

Acompanhada da família Valdineti reclama da queda nas vendas
A proprietária do bar Brisa do Mar, localizado na Orlinha do bairro Industrial falou sobre o drama que vive com a família desde que seu estabelecimento ficou proibido de colocar música ao vivo. De acordo com Valdineti dos Santos, o movimento do bar caiu em mais de 50%.

“Antes com o som ao vivo vendia cerca de 100 caixas de cerveja por semana e hoje vendo no máximo 30 caixas. Isso é um prejuízo muito grande, dependo do bar para sobreviver e hoje me vejo na situação de ter que demitir funcionários”, lamentou Valdineti, ressaltando que o som nunca incomodou os vizinhos.

Para os músicos que trabalham em bares, o drama é ainda maior. Cantora há mais de 13 anos, Mary se diz revoltada com o fato de ter que ficar afastada do principal sustendo. “Tenho 40 anos e não sei o que fazer, sempre trabalhei como cantora de barzinho, criei meus filhos, comprei minha casa própria, meu carro e hoje não consigo me sustentar”, relata emocionada.

Musicos reivindicam valorização
Mary lembra ainda que os artistas sergipanos são desvalorizados porque ao invés de criar políticas de incentivo, muitos músicos estão desamparados pelo poder público e estão obrigados a deixar de tocar na noite.

Vizinhos pedem providências

A polêmica é ainda maior quando vizinhos de alguns estabelecimentos reclamam do que eles alegam ser um abuso por parte de donos de bares. A aposentada Pureza Góes, disse que nos finais de semana, não consegue dormir com o som alto de bares e festas particulares. “Batalhei muito para comprar a minha casa em um local privilegiado e sou constantemente incomodada com o som de vizinhos e bares que ficam na região do Mosqueiro”, fala.

Outra moradora falou sobre o som alto nas imediações do BNB, localizado na segunda etapa da Orla de Atalaia. “Moro atrás do farol da Coroa do Meio e não tenho sossego porque o som é

O empresário Carlito Melo
insuportável. Principalmente nos finais de semana ás crianças não dormem é um absurdo o que acontece naquela área”, reclama Silvania Nascimento.

Empresários

O empresário Raimundo Pinto destacou a dificuldade financeira de donos de bares em ter acesso ao isolamento acústico. “Uma das sugestões é que falta incentivo do Governo para que os empresários possam se adequar a legislação. O isolamento acústico é muito caro”, lembrou.

Proprietário do bar Coqueiral, Carlito Melo, ficou emocionado ao dizer que foi obrigado a demitir 15 funcionários e que o próximo passo será fechar as portas. “De um mês para cá a minha vida se transformou. Tive que demitir 15 funcionários e digo com muita tristeza que teria que fechar o bar em 30 dias caso essa situação não seja colocada de outra forma”, disse.

Por Kátia Susanna

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