A entrevista desta quarta-feira é com o candidato Professor Marques

Professor Marques (Foto:divulgação)
Confira nesta quarta-feira, 11 a entrevista com o candidato ao Senado por Sergipe, professor Marques, do PCB.  Ele defende, caso seja eleito, a criação de empresas produtivas estatais com a participação direta dos trabalhadores. Acompanhe:

 

Portal Infonet – O que o levou a candidatar-se a uma vaga para o Senado da República?
Professor Marques –
Essa é uma decisão política do PCB após a realização do Congresso Nacional do Partido. Em todos os estados, o PCB definiu por lançar candidatos a governador e senadores comprometidos com as e caminhos de luta para a superação dos graves problemas que afligem a grande maioria da população. Muito mais que pedir votos, contribuiremos para os trabalhadores brasileiros fazerem uma reflexão sobre seu futuro e o futuro do país. Nossa candidatura não é pessoal. Faz parte de um projeto mais amplo de construção de um programa anticapitalista e antiimperialista para o Brasil.

 

Infonet Quais os seus principais projetos caso seja eleito?
PM –
Os projetos para o senado refletem a visão do PCB sobre a atuação parlamentar.  Na nossa visão política, defendemos que o desenvolvimento científico e tecnológico, a Educação, a Saúde, a Habitação, a Cultura, os transportes públicos e as demais áreas vitais para o desenvolvimento social devem ter caráter predominantemente estatal, de acesso universal e alta qualidade, com o aumento radical de sua participação nos orçamentos e com a instauração de mecanismos de controle direto pelos trabalhadores. Com relação à organização da classe trabalhadora, defendemos a instituição de novas formas de repre sentação direta dos trabalhadores – o Poder Popular –, que viabilizarão a mais ampla liberdade de opinião, com a participação de movimentos organizados e partidos políticos, a estatização dos principais meios de produção em substituição à grande propriedade privada, industrial, comercial e agrária, assim como de todo o setor financeiro, com o controle progressivo de todas as grandes empresas pelo Estado e pelo Poder Popular.

Com a nossa presença no Senado federal proporemos de imediato ao governo a Criação de grandes empresas produtivas estatais, com a participação direta dos trabalhadores na sua gestão; defenderemos com vigor o Monopólio estatal do petróleo, com a Reestatização plena da Petrobrás, a extinção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a anulação de todos os contratos de risco e leilões realizados em território brasileiro; a Gerência dos recursos do pré-sal pela Petrobrás, garantida sua distribuição aos Estados na proporção inversa do IDH; a Reestatização da Vale do Rio Doce, da Embraer e de todas as empresas estatais estratégicas que foram privatizadas; bem como Reestatização do sistema de geração e distribuição de energia elétrica; e o fim das agências reguladoras, passando suas atribuições para os respectivos Ministérios.

 

Infonet De que maneira pretende contribuir para o Estado de Sergipe?

PM- As proposições do PCB ao senado atenderão a Sergipe, bem como os estados menos privilegiados da federação em termos de recursos, infraestrutura e serviços. Para contribuir com o desenvolvimentos dos estados brasileiros os comunistas defendem a radicalização da reforma urbana para além do atual Estatuto da Cidade para recuperar a justiça social nas nossas cidades. A moradia digna, a educação, a saúde, o saneamento básico, o transporte, a cultura, o lazer, ou seja, os serviços sociais públicos, com qualidade, são direitos do cidadão e como tal devem ser universalizados através do Estado. O controle democrático radical das políticas públicas se dará por meio da construção do Poder Popular, para promover a verdadeira revolução na administração pública, retirando o caráter de mercado dos serviços sociais e garantindo a sua universalização como direitos.

Defendemos para o estado, uma revolução na educação e na cultura para construir um sistema educacional que rompa com a reprodução da ideologia dominante e a desigualdade de acesso ao conhecimento, à cultura e à arte universais, promovendo a escola pública integral e humanista, capaz de romper com a mercantilização da formação e da educação hoje vigente. Os enormes ganhos que a escola privada hoje obtém devem ser taxados para financiar a expansão da rede pública, contribuindo para o combate à lógica da reprodução capitalista que reserva à escola pública a formação para o trabalho assalariado, a promoção do desenvolvimento voltado para a inclusão e a igualdade social, com a garantia do emprego, da moradia, da geração de renda e a dignificação das condições de trabalho e remuneração do quadro de servidores públicos; a reforma urbana e a expansão da presença do Estado para a universalização do acesso e retirada do caráter de mercado dos serviços urbanos (saneamento, água, luz, gás, etc) e dos serviços sociais básicos (saúde, educação, cultura, lazer, segurança, habitação); e o planejamento econômico e social participativo visando o crescimento ordenado das cidades e do campo, a promoção do uso social da propriedade e o desenvolvimento com qualidade de vida, priorizando ações voltadas às camadas populares.

 

InfonetComo pretende conscientizar o eleitor de que é o diferencial?
PM –
Para os comunistas brasileiros, a  miséria e as precárias condições de vida que afligem a maioria da população brasileira têm uma causa central: o sistema capitalista, mantido pela dominação da classe proprietária dos meios de produção sobre o conjunto da classe trabalhadora. No Brasil, construiu-se um capitalismo desenvolvido, com relações sociais burguesas plenamente consolidadas.

Nesse quadro, somente uma grande frente anticapitalista e anti-imperialista – envolvendo organizações políticas, movimentos populares e setores progressistas da sociedade – será capaz de organizar e mobilizar os trabalhadores, não apenas para as eleições, como é praxe nos partidos burgueses e reformistas, mas principalmente para lutar pelas transformações sociais, econômicas e políticas necessárias para a superação do capitalismo.

A disputa entre as maiores coligações partidárias nestas eleições é apenas superficial, pois não coloca em jogo a natureza do Estado brasileiro, vinculado aos interesses do grande capital financeiro e industrial. O PCB rejeita a falsa polarização imposta pelos meios de comunicação, que querem transformar essas eleições em mera escolha de quem será o melhor gerente para o capitalismo brasileiro e tentar afastar a população de uma alternativa popular para o Brasil.

O PCB está lançando uma campanha política, não apenas uma campanha eleitoral. Será uma CAMPANHA MOVIMENTO, uma CAMPANHA MANIFESTO, em que não apresentaremos propostas para humanizar e moralizar o capitalismo, que é intrinsecamente desumano e corrupto. Denunciaremos a farsa da democracia burguesa. Deixaremos claro que nossas propostas somente poderão se tornar realidade com o apoio, a mobilização e a organização dos trabalhadores, reunidos em uma ampla Frente Anticapitalista e Anti-imperialista.  

O PCB vai qualificar o debate, colocar o dedo na ferida. Apresentamos aqui os eixos políticos do nosso PROGRAMA ANTICAPITALISTA E ANTI-IMPERIALISTA PARA O BRASIL, para serem aprofundados durante e depois da campanha eleitoral.

 

Infonet – O que levará em conta na hora de votar no Orçamento da União?
PM –
Para o PCB, a crise econômica internacional revela a face real e crua do capitalismo. Ela desvendou o caráter de classe do sistema: enquanto os governos da burguesia injetaram trilhões de dólares para salvar os banqueiros e a elite parasitária, os trabalhadores estão perdendo seus empregos, direitos e salários. Mais e mais homens, mulheres e crianças passam a viver na miséria absoluta. Entendemos que o orçamento público da união deve ser aplicado para superar o estado de miséria dos mais pobres, estabelecendo um Programa Nacional de Abastecimento para garantir os direitos de moradia, alimentação, saúde, água tratada, energia, comunicação, tra nsporte e Lazer da população.

Os recursos sociais devem ser investidos para garantir o direito universal à educação básica, em todas as localidades do pais, inclusive reservas indígenas, quilombolas e extrativistas. A recuperação salarial da classe trabalhadora deve ser prioridade na votação do orçamento, valorizando as categorias dos trabalhadores urbanos e rurais sem distinção de salário. 

Defendemos que este recursos seja utilizado para fortalecer programas de erradicação do trabalho infantil, de construção de programas que garantam a segurança alimentar e nutricional da população mais carente, a garantia da seguridade social, a política nacional de reforma agrária, assentamento, agricultura familiar e saneamento básico das cidades brasileiras.

 

Infonet – Como irá fiscalizar o presidente da República?
PM –
O PCB entende que o governante da nação deve preocupar-se com o quadro geral da distribuição de renda no país que se alterou muito pouco, sendo alarmante o número de residências precárias e sem saneamento básico (mais de 50%) e situadas em áreas desprovidas de infraestrutura urbana, o elevado patamar de desemprego, a alta incidência de verminoses e doenças decorrentes da subnutrição e outras que já haviam sido erradicadas, a total falta de proteção previdenciária aos trabalhadores, a insuficiência e fragilidade dos sistemas públicos de saúde de educ ação, de transportes e outras áreas de interesse social. Estas questões são  prioritárias para qualquer governante e nos estaremos fiscalizando de perto as ações do governo eleito nestas áreas.

 

Por Aldaci de Souza

 

 

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