Movimentos sociais e sindicatos veem criminalização das greves

Mike Gabriel, militante do diretório estadual do PSOL (Foto: Arquivo Infonet)

Para os sindicatos e movimentos sociais as greves estão sendo cada vez mais criminalizadas e o que era direito passa a ser negado ao trabalhador. As decisões judiciais que declararam a ilegalidade das greves ocorridas no Estado nos últimos meses – o exemplo mais recente foi o do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino do Estado de Sergipe (Sintese) – são uma prova dessa criminalização, de acordo com Mike Gabriel Almeida Lopes, represetante do diretório estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

A agremiação promoveu na noite desta terça-feira, 21, um debate sobre o direito de greve e a postura do poder judiciário sergipano. Foram convidados a participar das discussões o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil Henry Clay Andrade, o sindicalista Atamário Cordeiro e os diretores do Sintese.

“Nos últimos dois anos pelo menos 70% das greves foram consideradas ilegais em Sergipe. Ao invés de negociações, hoje, prefere-se a criminalização, porque quando você torna ilegal, você criminaliza a greve”, analisou Lopes. Segundo ele, as multas altíssimas estipuladas pela Justiça inviabilizam, por muitas vezes, as lutas dos trabalhadores. “Poucas vezes o sindicato pode arcar com o prejuízo e voltar atrás. Mas os movimentos sociais também não podem abdicar do mesmo direito que os patrões e entrar na Justiça para garantir a continuidade do movimento”, acrescentou.

A postura do Poder Judiciário, de acordo com Mike Lopes, se justifica, em parte, porque a Justiça também assume o lugar do patrão e, por fazer parte dos três poderes, também toma a parte do estado. “Houve casos recentes de greves que nem começaram e foram consideradas ilegais”, destacou.

O desafio para os movimentos sociais e sindicados, segundo o integrante do PSOL, é buscar novas formas de pressão e reivindicação dos trabalhadores, mesmo sem descartar a greve como possibilidade. “Não dá para ficar só lamentando. Nós temos que continuar acreditando na greve, mas pensar em novos métodos para ela”, explicou.

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