Vaga no TCE: AL vai se posicionar sobre “compra de voto”

Susana Azevedo: acenos para jornalistas (Fotos: Alese)

A Assembleia Legislativa vai se posicionar com nota pública a respeito de denúncias dando conta de que há deputado estadual negociando, ao valor de R$ 500 mil, o voto pela indicação para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, em vaga que surgiu em fevereiro a partir da aposentadoria de Isabel Nabuco.

Procurada pelo Portal Infonet, a presidente do Poder Legislativo, deputada Angélica Guimarães (PSC), preferiu o silêncio. Disse apenas que estaria reunindo os parlamentares para debater o assunto e, posteriormente, adotar medidas. A parlamentar garante que a posição da Assembleia será conhecida em nota pública. “Deus me livre de responder a isso, mas vou conversar com os deputados para ver o que eles querem fazer”, disse a parlamentar.

Provocados por jornalistas, alguns deputados se manifestaram e, de forma unânime, preferiram classificar as denúncias como mera especulação.  A oposição acredita que a informação foi “plantada” por governistas como forma de desestabilizar o Poder Legislativo em resposta à antecipação das eleições para escolha da mesa diretora, que culminou com o rompimento do governador Marcelo Déda com o bloco liderado pelo senador Eduardo Amorim, do qual a presidente da Assembleia faz parte.

Augusto Bezerra: 'boatos atingem candidatos'

O deputado estadual Augusto Bezerra (DEM), vice-líder do bloco de oposição, diz que a única pessoa que tem conversado com os parlamentares a respeito da indicação para o TCE seria o governador Marcelo Déda, em defesa do secretário de educação, Belivaldo Chagas. “Veja bem, não é o governador, mas tem setores do governo que quer mandar na Assembleia e pode estar plantando isto para tentar comprometer o parlamento”, analisa Bezerra.

Oponentes e situacionistas convergem na opinião de que ‘boatos’ desta natureza depõem contra a qualquer pessoa que tenha interesse em disputar o cargo pela indicação da Assembleia Legislativa. “Depõe contra até contra a figura de um homem de bem, que é Belivaldo Chagas”, considera Bezerra. A deputada Susana Azevedo (PSC), que figura como uma das pretendes do cargo de conselheiro, preferiu não se manifestar. Aos jornalistas, ela apenas acenou.

Concurso público

O deputado Capitão Samuel (PSC) classificou como absurda a conjectura. “Absurdo. Não me ofereceram nada”, reagiu o parlamentar, defendendo a ideia de se instituir concurso público para escolha de conselheiros dos tribunais de contas da União e dos Estados e também para membros do Poder Judiciário. “Alguém faz indicação para membro do Ministério Público? Por que não utiliza o mesmo processo para o Poder Judiciário e os tribunais de contas?”, questiona.

Gualberto: alerta para prazo longo para escolha de conselheiro

“Uma monstruosidade”, considerou a deputada Maria Mendonça (PSB). “Qualquer pessoa que use do bom senso sabe que o salário de conselheiro não permite este tipo de negócio. Isto é uma invenção”, disse. Para Maria Mendonça, o Poder Legislativo deve adotar medidas para identificar a origem da informação. “Eu acionaria quem está declarando para que dê os nomes na justiça, mas é uma decisão de poder”, ressaltou a deputada.

O líder do governo na Assembleia, deputado Francisco Gualberto (PT), disse que não se posiciona sobre especulações. “Mas alerto para o fato de um grupo político antecipar uma eleição que tinha um ano de mandato (para a escolha da mesa diretora da Assembleia) e, ao mesmo tempo, estabelecer prazo longo, de até seis meses, para tramitar a escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas, quando já se fez processos aqui na Assembleia que durou no máximo 30 dias”, ressalta Gualberto.

Para o líder do governo, esta prorrogação do prazo para fazer tramitar o processo para a indicação do futuro conselheiro do TCE “abre caminhos para este tipo de especulação”. Para o deputado Zeca da Silva (PSC), postura desta natureza caracteriza decoro parlamentar. “A presidente da Assembleia tem que tomar uma atitude, desde que tenha os nomes postos”, enaltece. “Há pessoas se aproveitando para criar um clima ruim entre os partidos aqui na Assembleia Legislativa e quem tiver a denúncia que faça, divulgando nomes, para a instituição adotar as providências”, ressaltou.

“É uma fofoca política porque todos sabem que a guerra é grande”, considera o deputado Garibalde Mendonça (PMDB). 

Por Cássia Santana

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