Déda diz que não devolverá pedras lançadas por Ana

Marcelo Déda: "Não vou responder no mesmo nível da professora" (Foto: Arthur Soares)

“Eu preciso como governador ter muita tranquilidade e busco a oração de São Francisco de Assis para que Deus me dê condições de devolver o ódio da professora com amor, de cumprir a missão que está na oração, onde houver ódio, que eu leve o amor”. Foi o que disse o governador Marcelo Déda (PT) na manhã desta quinta-feira, 31 ao comentar a comparação da deputada Ana Lúcia Meneses (PT), de que ‘nem Adolf Hitler tratou a educação como o governo Marcelo Déda vem tratando’.

De acordo com Marcelo Déda, não acredita que nenhum impasse se resolva com agressões pessoais. “Nenhum impasse se resolve com ódio, com tentativa de atingir pessoalmente qualquer um que seja. Eu não quero responder no mesmo nível a professora, ela é uma deputada estadual e eu respeito, ela é uma militante social e eu respeito, ela é filiada ao mesmo partido meu e não vou devolver as pedras que ela lançou contra mim”, alerta.

Para ele, a greve dos professores da rede estadual de ensino, passou dos limites do bom senso. “Quem quer diálogo não parte para a agressão. O pior argumento que pode ser utilizado durante o dialogo é o xingamento, criar um clima de bate boca, de tentativa de desconstrução da imagem, de ofensas de cunho pessoal. Isso não é caminho para superar impasses. Só usa o argumento do ódio e agressão quem não quer solução, quem quer impasse, quem quer a greve pela greve. Não há mais uma greve pela pauta de reivindicações porque o governo já cansou de explicar ao sindicato, já abriu seus números para mostrar a impossibilidade completa de conceder um reajuste salarial de 22%”, desabafa.

O governador garantiu estar cumprindo a lei estadual e federal do piso. “Se não tivesse cumprindo, o sindicato teria ido a justiça obrigar a cumprir e o sindicato se recusa a submeter aos juízes o direito que eles dizem que tem. Na verdade eles precisam dizer que tem direito para manter os professores esperançosos e continuar conduzindo-os na direção da greve. Se fosse ilegal a atitude do governo, o primeiro caminho era entrar na justiça”, entende.

“Não é direito”

Marcelo Déda afirmou ainda que não há um professor recebendo abaixo do Piso hoje em Sergipe. “Até porque só 300 recebem o Piso, 11 mil recebem acima. É se utilizar da mentira perante a sociedade. A luta dos professores é por um reajuste de 22%, mas não é que é direto não. A lei estadual desde dezembro estabelece que o Piso é para aqueles que recebem efetivamente o Piso e os 11 mil não foram reajustados por que recebem acima, logo não tem direito. Você não pode reajustar pelo Piso, aqueles que já ganham acima”, diz.

Ele ressaltou que a greve dos profissionais do magistério não tem nenhuma razão de ser. “É uma queda de braços  que já passou dos limites, se era para protestar, já protestou, agora deixou de ser contra o governo, é contra os pais e as mães de família de Sergipe. É contra seu Antonio, que é motorista de ônibus, não teve 22% de reajuste e nem vai ter, mas quer que seus filhos vão para as salas de aula. É contra este pai que o sindicato está fazendo greve”, acredita.

Sem argumentos

Reafirmando que as agressões recebidas por parte da professora e deputada Ana Lúcia revelam que os argumentos acabaram, o governador continua: “Agora é o xingamento, se passarem mais uma semana, vão xingar minha mãe, vão ofender a memória do meu pai, porque não tem mais argumento. As agressões de ordem pessoal, as que atingirem minha honra do ponto de vista do meu comportamento ético, eu buscarei o Tribunal de Justiça e aquelas que apenas revelam ódio, eu não vou devolver ódio com ódio. Mais uma vez vou pedir aos professores que em nome dos pais e mães que estão com seus filhos em casa, que retornem às salas de aula”, apela.

E finaliza lembrando que “as agressões me ajudam a compreender quem eram as pessoas. Tem gente que quando era meu secretário, eu era o líder popular, eu só recebia elogios. Eu agora tô vendo e comparando as condutas”.

Por Aldaci de Souza