Candidatos avaliam renúncia de Almeida Lima

Vera Lúcia reage com críticas a renúncia de Almeida (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Os adversários do deputado federal Almeida Lima (PPS), que anunciou a renúncia à candidatura à Prefeitura de Aracaju na madrugada desta sexta-feira, 5, lamentaram a iniciativa, mas não acreditam que o episódio exercerá influência nos resultados eleitorais nas eleições que ocorrerão no próximo domingo, 7.

A avaliação foi feita pelos candidatos que participaram do debate da TV Sergipe, realizado entre a noite da quinta-feira, 4, e a madrugada desta sexta, 5. Apenas João Alves Filho, candidato do DEM, não foi ouvido por ter se ausentado do debate, com a justificativa de que seria agredido desnecessariamente pelos adversários, conforme justificativa apresentada em correspondência enviada pelo representante da coligação, empresário Walter Carvalho, à TV Sergipe na noite da quarta-feira, 3, véspera do evento.

Apesar de Almeida Lima ter sinalizado a intenção de renunciar à candidatura nos últimos programas eleitorais, os candidatos acreditavam que ele permaneceria no páreo, mesmo sendo o lanterninha, ao lado de Reynaldo Nunes, do PV, nas pesquisas eleitorais.

Reynaldo: conquista dos votos de Almeida

Apesar de reconhecer pequena a fatia do eleitorado almeidista, Reynaldo aposta na sua disposição de conquistar os votos que seriam depositados nas urnas em favor de Almeida. “Para nós que vamos continuar, que estivemos presentes em todos os debates, vamos explorar a decisão do eleitor”, comentou, logo após o debate.

Já Valadares Filho, candidato do PPS, que conta com o apoio dos partidos aliados ao prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) e ao governador Marcelo Déda (PT), não vê influência da renúncia de Almeida no processo eleitoral. “É um reflexo eleitoral muito pequeno, o percentual dele estava muito abaixo da média”, considerou. Mas despistou: “estou focado na eleição e renúncia é estritamente pessoal, é algo que a gente não deve comentar”.

Vera Lúcia, candidata do PSTU, foi mais contundente. “A burguesia não gosta de perder”, reagiu. “Para mim, é um reflexo também daqueles que ficam pulando de galho em galho… de quem sempre viveu do oportunismo político”, completou. “É uma pena, mas nós estamos acostumados a guerrear até o fim”, enfatizou.

Explicações

Valadares Filho, ao lado de Albano: renúncia não influencia

O deputado federal Almeida Lima apresentou explicações em entrevistas que concedeu, logo após o debate, aos jornalistas que acompanharam o evento na sede da TV Sergipe. As explicações de Almeida Lima se assemelham à postura que o então candidato adotou nos últimos programas eleitorais do PPS, acusando a sociedade organizada e o eleitorado por omissão e a ausência de debates. “Houve uma farsa”, observou.

Ele informou que tinha tomado a decisão pela renúncia no dia 22 de agosto, mas que optou por manter a candidatura até o prazo final previsto pela legislação eleitoral para transmitir a mensagem que desejou: “insisti com o discurso para levar em frente a minha mensagem de uma nova ideia, de uma nova política”, considerou.

Almeida nega que a decisão pela renúncia esteja vinculada a encaminhamentos políticos visando as eleições de 2014, quando o eleitorado volta às urnas para escolher presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. “Foi visando trabalhar uma alternativa para Sergipe, mas identifiquei que o solo não estava fértil”, comentou.

Almeida Lima: renúncia pela TV

O deputado diz que tomou a decisão a partir do resultado de pesquisas que ele mesmo realizou junto ao eleitorado. “Pesquisas que considero respeitáveis, pesquisas que fiz. Ou seja, tenho espelho na minha casa e vi que a população não tinha concordado com a minha proposta”, revelou.

O deputado confessa que recebeu aconselhamentos de vários segmentos, de familiares, amigos e até de assessores para mudar o discurso. Mas não aceitou o conselho. “Entendi, como entendo até hoje, que meu discurso estava correto”, diz. “A sociedade organizada exige governante honesto, mas não quer discutir a honestidade dos candidatos”, considerou.

Para Almeida, os grupos sociais não terão fôlego para cobrar políticas eficientes dos futuros gestores. “Esta sociedade organizada não vai ter, a partir de janeiro, a legitimidade para apontar as sugestões maléficas que Aracaju tem porque ela contribuiu para a construção deste tipo de governo e eu não podia legitimar esse processo que se constituiu numa farsa”, bradou.

Almeida não fala sobre os rumos do PPS após a renúncia. “O PPS continua no mesmo lugar, continua como partido e eu filiado”, resume. E para as eleições municipais, ele avisa: “tem que consultar a executiva do partido”.

Hilário

Durante todo o debate com os outros três candidatos que compareceram à TV Sergipe, Almeida Lima demonstrou-se sarcástico. Logo nos primeiros momentos, o deputado já sinalizava a insatisfação com a campanha eleitoral, criticando o eleitorado, as instituições organizadas e, como não poderia ser diferente, também as propostas defendidas pelos adversários Valadares Filho (PSB) e João Alves Filho (DEM) para solucionar a deficiência do transporta coletivo. Uma réplica dos últimos programas eleitorais do PPS.

Almeida criticou o BRT (do inglês Bus Rapid Transit), proposto por João Alves, e também o sistema VLT (Veículos Leves sobre Trilhos), defendido por Valadares Filho e, ironicamente, apresentou como alternativa, sob risos daqueles que acompanhavam o debate nos bastidores da TV Sergipe, a própria invenção identificada como VLA. E explicou, em tom irônico: “Veículos Leves sobre Águas e sobre Ar”.

Por Cássia Santana

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