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Sônia Santiago: palestra nas empresas (Foto: Portal Infonet) |
O Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, o 25 de novembro, é lembrado em Aracaju por Organizações Não Governamentais (ONG), que estão realizando mobilizações distintas para conscientizar a comunidade masculina para os problemas que envolvem a violência doméstica e também com um apelo ao Governo do Estado pela criação de maior estrutura para atender as vítimas deste tipo de violência no interior do Estado.
A semana será de atividades em Aracaju, cujas ações são motivadas pelas estatísticas contidas no Mapa da Violência publicado no ano passado, que coloca o Brasil entre os sete países mais violentos, em se tratando de homicídios praticados contra a mulher. Sergipe, segundo o anuário, se desta em 18ª colocação no ranking nacional.
Nesta segunda-feira, 25, a jornalista Sônia Santiago, presidente da ONG Projeto Amigo da Mulher em Defesa da Vida e em Combate à Violência Contra a Mulher e Contra a Família, está visitando as redações dos veículos de comunicação para divulgar o trabalho que a entidade realiza em defesa da mulher.
E, durante a semana, a jornalista percorrerá a sede de empresas nas quais o homem é predominante no quadro de recursos humanos, realizando palestras com o objetivo de conscientizá-los para a necessidade de induzi-los à cultura da paz no lar. “Apesar da Lei Maria da Penha, o cenário não mudou. No Brasil, cerca de 20 mulheres são assassinadas diariamente”, comenta a jornalista.
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Deputados realizarão audiência pública para debater violência contra mulher (Foto: Maria Odília/Arquivo Alese) |
Para a ativista, um dos maiores problemas está na impunidade. “A justiça estabelece as medidas protetivas, prende o acusado, mas a própria justiça solta e o acusado volta para matar a mulher”, considera. Na visão de Sônia Santiago, os fatores determinantes para a violência doméstica estão relacionados ao envolvimento do agressor com bebidas alcoólicas e drogas, ao ciúme e ao aspecto machista e ainda pela falta de fé em Deus. “O homem, enquanto ser, está afastado de Deus”, observa.
Audiência Pública
Nesta terça-feira, 26, a Assembleia Legislativa de Sergipe realizará audiência pública, à tarde, para debater a violência doméstica com o tema “Mulher viver sem violência”, organizada pela Comissão de Direitos Humanos do Legislativo Estadual.
Para falar sobre a temática, foram convidados a delegada de polícia civil Érica Farias, do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), Adelaide Moura, representante do Tribunal de Justiça de Sergipe, Adélia Moreira, representando a Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE), Elvira Lorenza, a Defensoria Pública, Franciele Gazola, do Movimento Coletivo de Mulheres, e a secretária de Estado de Políticas para Mulheres, Maria Teles dos Santos.
No próximo sábado, 30, a ONG Projeto Amigo da Mulher em Defesa da Vida e em Combate à Violência Conta a Mulher e Contra a Família promoverá um evento festivo, momento em que será servida uma feijoada. O acesso será assegurando mediante a entrega de dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão distribuídos entre as mulheres de baixa renda que assumem posto de chefe de família e também aquelas acometidas por câncer. A feijoada será servida no Espaço Vila Rica, no Mosqueiro, em Aracaju. Maiores informações serão transmitidas por telefone: (79) 9831 – 6500 ou (79) 8801 – 1977.
Já o Movimento Mulheres em Luta (MML) está tentando uma audiência com o governador em exercício, Jackson Barreto, para reivindicar o funcionamento ininterrupto do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que fecha nos fins de semana, feriados e durante à noite. Além desta medida, conforme a coordenadora do Movimento, Jully Barbosa, o MML defende a implantação de DAGV em todas as cidades do interior, onde os casos de violência doméstica também são acentuados. Até o momento, o Palácio não definiu a data da audiência com o governador em exercício.
Por Cássia Santana