Vetos às emendas do Proredes criticados na Alese

Plenário Alese (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

Os vetos parciais às emendas apresentadas pela bancada de oposição ao Proredes [Projeto de empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID] no valor de R$ 250 milhões, foram duramente criticados pelos deputados da oposição na sessão desta terça-feira, 13  Assembleia Legislativa de Sergipe.

Entre as emendas vetadas pelo governador Jackson Barreto [PMDB], está a que estabelece a abertura de uma conta fixa, em que devem ser depositados os recursos do Proredes.  No projeto original, a conta deveria ser aberta no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal, mas a bancada governista solicitou que fosse adequada para o Banese. E assim foi aprovada.

Foi vetado também o artigo original que previa à Assembleia Legilstiva, em caso de alterações e que mostrava onde aplicar os recursos. Após a publicação no Diário Oficial do Estado, o projeto vai retornar ao plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe para que o veto parcial seja aprovado ou rejeitado. Com isso, é a oposição quem precisa da maioria absoluta de votos [13] para derrubar.

“Escuro”

Venâncio: "Governo fará tudo no escuro" (Fotos: Maria Odília/Arquivo Portal Infonet)

“O Governo agora fará tudo no escuro. O Proredes foi aprovado com algumas emendas da oposição e uma delas em comum acordo com a bancada de governo sobre a conta dos recursos ser no Banese. Hoje vimos no Diário Oficial o veto do governador às nossas emendas. O MPF fez uma recomendação ao BID para que esses recursos não fossem emprestados a Sergipe por não ter condições para administrar a área da Saúde. E que não havia necessidade de  tomar esse dinheiro emprestado, pois o dinheiro poderia vir da União sem pagar juros e sem comprometer o FPE. Será que foi influência da oposição? Porque tudo é culpa da oposição quando há algo de negativo. Foi o senador Eduardo Amorim que interferiu junto ao MPF? Não. É o retrato administrativo especialmente na área de saúde, onde existe um caos total”, acredita.

Mudança

Maria Mendonça: "Proredes começou a assustar"

Venâncio Fonseca criticou a mudança de postura da secretária de Estado da Saúde, Joélia Silva, que parabenizou os deputados pela aprovação e depois mudou de ideia. “Tivemos aqui a votação. As galerias estavam lotadas de servidores da Saúde, inclusive com a presença da secretária Joélia, que esteve em todas as votações. Aqui ela bateu palmas e parabenizou, mas no outro dia ela desmentiu a si mesmo. Perdeu a credibilidade. É a segunda vez que ela desfaz o que diz. Uma pessoa não pode mudar a opinião por causa de cargos. A verdadeira Joélia foi a que estava feliz pela aprovação do Proredes, no calor da votação. Ela disse até o que podia contemplar [nas emendas] e no outro dia disse que não podia mais nada. Em quem confiar, na Joélia de ontem ou na de hoje?”, questiona.

Urgência

Gilmar Carvalho: "Aqui ninguém é besta"

O deputado questionou as exigências de votação em regime de urgência. “Por que essa agonia agora se o dinheiro só virá em 2015? E sem o anexo, não sabemos para onde serão destinados os recursos. Em comum acordo aprovamos a emenda do Banese e o dinheiro será depositado onde o governo quiser. Por que só Caixa ou Banco do Brasil se o Banese é um banco público estadual? E destinar R$ 8 milhões para material gráfico num ano eleitoral? Vetaram emenda que previa a compra de remédios. Isso precisa ser discutido profundamente porque quem vai pagar a conta é o povo”, alerta.

Para a deputada Maria Mendonça, o Proredes começou a assustar quando o projeto chegou sem afirmar onde aplicaria os recursos. “Imagine que gastar US$ 8 milhões com a pintura de um prédio quando há pessoas desassistidas, corredores de hospitais lotados, sem medicamentos e sem especialistas? Sem dizer onde aplicará os recursos dificulta”, complementa.

Já o deputado Gilmar Carvalho criticou o veto ao anexo único. “Ele já tinha vetado as emendas. Estamos num ano eleitoral e aqui ninguém é besta. Vetou o artigo quarto proposto por ele [dizia que eventuais alterações deveriam ser analisadas pela Assembleia]. Terá liberdade total para seus interesses eleitorais. Pior do que estava antes”, entende.

Por Aldaci de Souza

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