Quatro candidatos participam do debate (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Em Sergipe, a Justiça Eleitoral se dividiu quanto à participação dos candidatos filiados a partidos políticos sem representação na Câmara dos Deputados no debate entre aqueles que disputam o Governo de Sergipe, realizado pela TV Atalaia na noite desta sexta-feira, 26, em Aracaju, mediado pelo jornalista Gilvan Fontes.
Com base neste critério, adotado pela emissora, a participação no debate ficaria restrita ao governador Jackson Barreto (PMDB), que disputa a reeleição pela Coligação Agora é o Povo, ao senador Eduardo Amorim (PSC), da Coligação Agora Sim, e de Sônia Meire (PSol), indicada pela frente de esquerda.
Mas os candidatos classificados nanicos, Alberto dos Santos, o Betinho (PTN), e Airton Costa Santos, o Airton da CGTB (PPL), pleitearam judicialmente a mesma oportunidade, na defesa do princípio da isonomia e dois membros do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ficaram divididos ao encaminhar as decisões nesta sexta-feira, 26. O desembargador José Alves acatou os argumentos da defesa do candidato Airton da CGTB, pelo entendimento de que o partido não teria disputado as eleições de 2010 garantindo, em liminar na reclamação eleitoral, a participação do candidato no debate.
Advogados da TV: luta para menter critérios |
No entanto, Betinho não teve a mesma sorte. O juiz Edvaldo Santos considerou a lei ao pé da letra e, também em liminar, negou a participação do candidato no debate. Em relação à liminar do desembargador José Alves Neto, o departamento jurídico da TV Atalaia recorreu, mas foi uma luta inglória. Segundo informações dos advogados Paulo Calumby Barreto, Gilberto Vila-Nova e Andrea Vila-Nova Sobral, que atuam na defesa dos interesses da emissora, não houve tempo suficiente para o julgamento do recurso inominado.
Mesmo sub judice [com pendência de decisão judicial], Airton da CGTB participou do debate e, Betinho, que recorreu para ter o mesmo direito, nem compareceu à sede da emissora, ficando definitivamente fora do debate. Há informações que também não houve tempo para o julgamento do recurso.
Para cumprir decisão liminar e garantir a participação de Airton da CGTB, os profissionais da TV Atalaia envolvidos na organização tiveram que redimensionar o tempo e o formato do debate.
Cabos eleitorais se confrontam |
A Rede Record, segundo os advogados, concordou em ampliar o tempo em 12 minutos e o debate ocorreu com tranquilidade após os transtornos e muita correria da equipe organizadora. Ainda neste sábado, o departamento jurídico da emissora desistirá do recurso. “O recurso não foi apreciado a tempo e perdeu o objeto”, explicou Gilberto Vila-Nova.
Na última hora
Para realizar o debate, a TV Atalaia mobilizou mais de 50 profissionais com um planejamento que durou cerca de um mês, segundo o diretor de jornalismo da emissora, Eduardo do Vale. A emissora só foi notificada sobre a decisão liminar do desembargador José Alves Neto por volta das 16h30, causando grande reboliço entre os organizadores.
A partir deste horário, a equipe começou a repensar o formato e discutiu outros três projetos. Em um deles, a proposta reduziria o tempo dos candidatos nas considerações finais. A candidata Sônia Meire resistiu e a equipe passou a negociar outras alternativas e a Rede Record compreendeu a afiliada, permitindo o aumento do tempo de duração do debate em mais 12 minutos.
Capitão Carlos: tumulto contornado |
Segundo o jornalista Eduardo do Vale, em decorrência desta decisão judicial, obrigando a participação de Airton da CGTB, o projeto gráfico previsto para o debate não foi utilizado porque o tempo não foi suficiente para criação de um novo modelo. Este foi o primeiro debate em nível nacional, segundo Eduardo do Vale, que a Rede Record realiza com participação de candidatos filiados a partidos sem representação na Câmara dos Deputados.
Tumulto
Antes de iniciar o debate, cabos eleitorais defensores da reeleição de Jackson Barreto e da candidatura do senador Eduardo Amorim se concentraram na porta da emissora e houve muitos gritos e algazarra, além de um princípio de tumulto, controlado com a chegada da equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Os cabos eleitorais ficaram exaltados e os policiais militares, segundo informações do capitão Carlos Augusto Costa de Souza, comandante da equipe, foram mobilizados pela própria comunidade. A polícia, segundo o capitão Carlos, recebeu informações de que havia grande tumulto, inclusive com agressões físicas.
Estrutura com telão também na parte interna da emissora |
Mas quando a equipe chegou ao local, o clima de tranquilidade foi restabelecido. Os cabos eleitores permaneceram no local, agitando as bandeiras de diferentes partidos e assistiram ao debate por um telão instalado na porta da emissora. O debate foi encerrado exatamente a 1h22 da madrugada deste sábado, 27.
Por Cássia Santana
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