Povo quer intervenção e joga ovo em prefeito

Manifestantes gritam por intervenção (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Aplausos e vaias marcaram a solenidade de posse do novo prefeito de São Cristovão, Jorge Eduardo Santos (PSB), em substituição à ex-prefeita Rivanda Farias (PSB), que renunciou ao cargo após denúncias de fraude na licitação para aquisição de merenda escolar no município. No meio da solenidade, em coro, manifestantes entoaram pedido de intervenção estadual no município, entendendo que o novo prefeito não proporcionará as mudanças almejadas e o fim da corrupção no município. 

Após a posse, o prefeito Jorge Eduardo saiu da Câmara de Vereadores praticamente corrido. Um grupo de manifestantes, formado basicamente por professores e estudantes, se concentrou na porta do Legislativo Municipal e reagiu jogando ovos crus contra o prefeito, sujando as paredes e as portas da Câmara.

“O quadro vai ser o mesmo, tudo vai funcionar com a mesma equipe e nada vai mudar com o vice [atual prefeito]”, explica o estudante Nélio Miguel Júnior, uma das lideranças do Movimento Acorda São Cristovão. Ele explica que o prefeito Jorge Eduardo é parte integrante do mesmo agrupamento político liderado pelo ex-prefeito Armando Batalha, marido de Rivanda Farias e uma das lideranças políticas responsáveis pela eleição da mulher à Prefeitura de São Cristovão.

Jorge Eduardo: misto de vaias e aplausos

O estudante explica que, no município, os escândalos não se restringem à merenda escolar. “A gestão acabou com o transporte universitário, aumentou o IPTU, aumentou a taxa de iluminação e não temos água de qualidade, os postos de saúde não possuem medicamentos, por questões políticas o hospital estadual não possui convênio com o município e tudo isso só prejudica a população”, considerou a liderança do Movimento Acorda São Cristovão.

A bancada de oposição também não crê em mudanças. "A renúncia [da ex-prefeita Rivanda Farias] não vai reduzir o sofrimento das crianças porque ainda há escolas sem merenda, o que presenciamos aqui é um estado de calamidade", ressaltou o vereador Geverton Pereira (PSD).

Um grupo de moradores acompanhou a solenidade de posse no pequeno espaço do prédio onde funciona a Câmara de Vereadores e a todo momento se manifestava, com vaias dirigidas aos vereadores José Evaldo Santos (PSB) e Gibson Rodrigues (PSC), líder do prefeito, os únicos que se recusaram a assinar o requerimento pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias relacionadas à suposta fraude no processo de licitação para aquisição da merenda escolar.

Explicações

Nélio Miguel: intervenção já 

Em alguns momentos, o presidente da Câmara pediu silêncio e ameaçou suspender a sessão plenária ordinária e de convocar a força policial para retirar a platéia da galeria. Ao Portal Infonet, o vereador Evaldo Santos explicou que deixou de assinar o requerimento pela CPI da Merenda Escolar por mera opção. “Assinar ou não é a opção do presidente e foi a minha opção optar por não assinar”, resumiu.

O vereador Gibson Rodrigues disse apenas que não viu necessidade de assinar o requerimento porque já havia número suficiente de vereadores para aprovar a CPI da Merenda. “Sou líder do prefeito e vi que já tinha número suficiente para a CPI ser instalada”, resumiu.

O prefeito empossado fez vistas grossas para as manifestações, conversou ligeiramente com a imprensa, revelou-se aliado, mas declarou independência ao grupo liderado pelo ex-prefeito Armando Batalha. Na entrevista, o prefeito prometeu novas arrumações administrativas, resgate à credibilidade, mas não apresentou detalhes com o argumento de que precisava conhecer a real situação do município.

Ovos atingem paredes e portas da Câmara

Presidente da Câmara (à esquerda) declara Jorge Eduardo (à direita) empossado prefeito

Manifestantes vão às ruas clamar por intervenção

Quanto ao episódio que culminou com a renúncia de Rivanda Farias, o prefeito nada comentou. Disse apenas que desconhecia o suposto esquema de fraude na merenda escolar, mas não respondeu aos questionamentos dos jornalistas nem apresentou um plano para regularizar o fornecimento dos alimentos aos alunos da rede municipal.

Por Cássia Santana 

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