Executiva Estadual do PSDB se sente golpeada por Aécio

Roberto Góis presidiu o PSDB Sergipe por quase três anos (Fotos: Portal Infonet)

O convite da Executiva Nacional do Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB) para que o senador Eduardo Amorim (PSC) encabece a Executiva Estadual, está deixando os filiados de Sergipe de cabelo em pé. Para o ex-presidente do partido no Estado, Roberto Góes, a cúpula sofreu um golpe e ainda na manhã desta segunda-feira, 6, tomará uma decisão quanto aos rumos que deve tomar. A assessoria de Comunicação Social de Eduardo Amorim informou que o senador está analisando propostas não somente do PSDB, mas do PR e do PSD.

Pouco antes de iniciar a reunião na sede do PSDB, Roberto Góes recebeu a reportagem do Portal Infonet e explicou que há dois meses, a cúpula do PSDB em Sergipe teve uma audiência em Brasília com o presidente nacional do partido, o senador Aécio Neves e na ocasião, ele comunicou que estava convidando o senador Eduardo Amorim para fazer parte do PSDB.

Góis: "Não somos bandidos"

“Nós dissemos que seria muito bom, que era um senador, um homem que conhecemos, que nós trabalhamos em prol da candidatura dele e que o partido estava de braços abertos. Quando voltamos vimos notinhas plantadas pela assessoria de Amorim dizendo que ele só ia para o PSDB em 2016, depois da municipal. Eu tenho um relacionamento bom com o deputado João Almeida (PSDB/Ba) e assessor direto do senador Aécio Neves e mandei as notinhas e ele respondeu que enviasse sete nomes para a gente nomear a nova Executiva, já que o mandato de todos da Executiva estadual se encerrou em 14 de junho. Passou a data e avisei que o partido estava à toa, sem nada, sozinho, acéfalo e João Almeida respondeu que estava com os nomes e ia nomear”, ressalta.

Roberto Góes completou que na última quarta-feira, 1º, o vice-prefeito de Aracaju e escolhido por unanimidade para encabeçar a chapa para a presidência do PSDB Sergipe, estava em Brasília e aproveitou para passar no PSDB. “Para a nossa surpresa, o próprio senador Aécio Neves disse que o partido não pertencia a Machado, ia pertencer ao senador Eduardo Amorim. Isso foi um golpe muito grande, pois sabíamos que Eduardo vinha, mas não assim, não foi isso que ficou apalavrado, até porque se soubéssemos, não tínhamos mandado os nomes [Machado, Roberto Góes, Djenal Gonçalves, vereador Adriano Taxista, prefeito de Lagarto Lila Fraga, o médico Marcos e Marcelo Arcanjo, que é o nosso secretário]”, lamenta.

Decepção

Roberto Góes acrescentou que os integrantes da Executiva estadual estão muito tristes e decepcionados.

“Isso porque a palavra deles valeu pra gente e eles não tiveram a devida consideração, quando passamos quase três anos à frente do partido, trabalhando direito, não somos  bandidos, o partido cresceu. Então não tiveram consideração nem com o presidente que estava saíndo, nem com Machado que estava chegando. Machado operado do coração, foi pra rua defender Aécio Neves e o senador Eduardo Amorim e acho que única pessoa que não merecia ter esse golpe era exatamente José Carlos Machado, pelo seu nome, pela sua história em Sergipe como deputado estadual, deputado federal, vice-prefeito. Até emprestamos o nome do filho de Walter Franco, de Augusto Franco Neto para vice de Amorim, que eles não tínham nem pessoas e foi muito bem aceito e a campanha cresceu também com o envolvimento de Dr. João que arregaçou as mangas, foi pras ruas sem pedir nada em troca”, enfatiza.

Traição?

Indagado se estava se sentindo traído, Roberto Góes, foi enfático: “Eu não me sinto traído porque traição é mais quando acontece entre marido e mulher e política eu já estou há 40 anos não é a primeira vez e nem vai ser a última. Eu me decepciono é com os homens que fazem política porque venho de uma política do povo antigo que nos ensinou a palavra e a seriedade com a coisa pública, a exemplo de Horácio Góes, meu pai, de Heráclito Rollemberg e de Augusto Franco”, diz.

Reunião

A ex-cúpula do PSDB está reunida na sede do partido, no sentido de tomar uma decisão. “Tenho recebido telefonemas prefeitos, lideranças, de várias lideranças da capital e do interior, dizendo que vãos sair e eu pedi um pouco de paciência para saber se vamos sair em bloco ou marchar com Machado que é nosso líder maior e foi escolhido há um mês aqui na sede do PSDB, por unanimidade, para ser o presidente do partido. Lutamos, fomos pra rua, crescemos com a vinda de João, de Machado e recebemos em troca muito bem dado, do homem que mais ajudamos na campanha eleitoral”, finaliza.

Amorim

A assessoria de Comunicação do senador Eduardo Amorim informou que “a decisão é da Executiva Nacional e Eduardo recebeu tambpem convite do PR e de PSD de Gilberto Kassab. O convite do PSDB não é coisa de agora e ele está analisando a possibilidade. Caso aceite, presidir um desses partidos, o PSC se sair do bloco, se dissolve, portanto, o procedimento atual é de análise”.

A decisão da Executiva Nacional teria sido tomada não apenas em Sergipe, mas nos estados em que o apoio a Aécio Neves não foi suficente no 2º turno das eleições, após a realização de uma verdadeira 'radiografia'.

Por Aldaci de Souza

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