OAB: “Crise econômica não pode chegar à segurança”

Representantes reunidos para debater segurança pública (Fotos: Portal Infonet) Henri Clay defende atuação de polícia comunitária

Nessa quarta-feira, 27, aconteceu uma audiência na sede da OAB para debater sobre a insegurança presenciada no Estado. A OAB criou o Fórum Social de Segurança Pública e enfatizou a presença de polícia comunitária nas ruas. Segundo o presidente do órgão, a crise econômica não pode alcançar a segurança pública e apoiou a contratação dos aprovados em concursos das policias civil e militar. 

Durante a audiência, Henri Clay Andrade comunicou a decisão da entidade de instaurar o Fórum Social de Segurança Pública e reafirmou críticas quanto a falta de política preventiva de segurança. "O fórum é social e permanente e funcionará como observatório e instrumento de controle social para dialogar com o governo. Vamos catalogar as entidades da sociedade civil que tem atuação séria e permanente na causa da segurança e direitos humanos para participar das ações”, afirma Andrade.

Ainda de acordo com o presidente da OAB, é necessário formular uma nova e imediata política de segurança através da atuação de polícia comunitária. “Precisamos unir todos em torno de uma nova politica de segurança, sobretudo preventiva. Nós temos propostas imediatas como campanha de paz nas ruas, através da policia comunitária, que previne a violência e dialoga com a sociedade para que o cidadão volte a ter sensações de segurança”, diz.

Segundo Henri Clay, as ações se estendem para os ônibus coletivos. “O ambiente do ônibus coletivo é muito crítico e de insegurança. São realizados cerca de cinco assaltos por dia no interior dos veículos e coloca em situação de risco e morte toda a sociedade que utiliza o transporte público, como acompanhamos nos últimos dias”, ressalta.

Aprovados nos concursos

Aprovados para cargo de PM, exibem faixa em protesto à não convocação

Também estiveram presentes aprovados nos últimos concursos das polícias militar e civil, que não foram convocados para o serviço. De acordo com a representante dos não convocados para o cargo de policiais militares, Joicy Lima, são 339 aprovados não convocados que poderiam estar nas ruas para amenizar a violência. “Os índices de violência estão muito altos. É uma falta de planejamento que culmina em um déficit de policiais militares no estado”, diz. Semana passada, parte dos convocados realizaram uma caminhada para chamar a atenção do Governo.

O presidente da OAB apoiou a contratação dos aprovados. “Nós temos um déficit muito grande nas policias. É um quadro inferior à necessidade, que não é apenas desse governo, mas é preciso dar um basta. São 333 concursados na policia civil e 339 na militar. É necessários convoca-los urgentemente. A crise econômica não pode chegar para a segurança pública, assim como não pode chegar para a saúde e a educação”, diz.

Déficit de policiais

Alessandro reconhece que efetivo não é suficiente

De acordo com o delegado geral da Secretaria de Seguraça Pública, Alessandro Vieira, já existe policiamento comunitário nas ruas, com a integração das policiais civil e militar, mas segundo ele, não há efetivos suficientes nas ruas. “É notório que precisamos de recursos e que o governo vem tentando investimentos e contratações, mas é importante reconhecer que não é suficiente”, alega.

O presidente do conselho de Segurança do Bairro Farolândia, Marcos Rocha, lamentou a situação em que o Estado se encontra. “Infelizmente percebemos que o uso das drogas vem contribuindo para a insegurança. A violência é verdadeira e, enquanto cidadãos, precisamos nos reunir para que nos possamos organizar e combatamos essa epidemia que é a violência. As polícias têm feito seu papel, mas lamentavelmente nossas leis são antiquadas e arcaicas e permitem que meliantes cometam crimes e logo depois estejam nas ruas, podendo, até mesmo votar e decidir nosso futuro”, alega.

Por Jéssica França