UFS para contra congelamento de investimentos

Ato unificado fecha campus de São Cristovão (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

“A nossa luta modificou, é estudante junto com trabalhador”. Com este slogan, estudantes universitários demonstram o engajamento na greve deflagrada por técnicos administrativos e professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para combater a Proposta de Emenda Constitucional que ganhou o número 55 na tramitação no Senado em Brasília. A PEC prevê congelamento de investimentos públicos, que afetarão, conforme os manifestantes, diretamente as políticas públicas vinculadas às áreas de educação, saúde e segurança pública. E a expectativa é que a mudança na Mesa Diretora do Senador possa retirar a PEC da pauta de votações, prevista para ocorrer no próximo dia 13.

Na ótica do professor Marcos Pedroso, as medidas previstas na Proposta de Emenda Constitucional afetarão também a classe trabalhadora seja dos serviços públicos ou da iniciativa privada. “Todos os trabalhadores ficarão sem aumento de salário e o poder de compra do salário mínimo ficará abaixo de 50%”, prevê o professor.

Como alternativa para vencer a crise econômica, os manifestantes defendem o arquivamento da PEC e alternativas que passam pela cobrança de impostos a grandes fortunas, cobrança de imposto sobre o lucro líquido das empresas de grande porte e cobranças de dívidas dos 500 maiores devedores do país, medidas que poderiam, conforme o professor Marcos Pedroso, culminar com a geração de receitas equivalentes a, respectivamente, R$ 100 bilhões, R$ entre 34 bilhões e R$ 64 bilhões, e de R$ 1,7 trilhão anuais.

Marcos Pedrosa cita alternativas para vencer crise

Estudantes engajados na mobilização

Beatriz Tupinambá: "sentença de eterna pobreza"

Carolina Sampaio: 45% do PIB para pagar dívidas

A servidora Carolina Sampaio, técnica administrativa da UFS, critica também a política econômica, informando que 45% do PIB do país são destinados para pagamento da dívida. A professora Beatriz Tupinambá destaca que a mobilização reflete o ideário da população como forma “de proteger o futuro dos filhos e netos da atual geração e garantir oportunidade de acesso à universidade pública e de qualidade”. Para a professora, as medidas contidas na PEC se caracterizam como “uma sentença eterna de pobreza e estratificação”.

A estudante Mayara Santana, coordenadora do Conselho de Residentes, aproveitou a oportunidade para repudiar os equívocos nos investimentos e defende medidas que possam colocar a universidade também como moradia estudantil para por fim à exploração do mercado imobiliário que tem fixado valores elevados dos alugueis destinados às residências estudantis. “Sempre ocorre atraso no pagamento das bolsas e há estudantes passando fome e com aviso de despejo”, enalteceu a estudante.

Procuradora pela equipe de reportagem do Portal Infonet, a assessoria de comunicação social da UFS informou que a reitoria não se manifestará a respeito da mobilização da comunidade universitária em relação à PEC 55.

Por Cássia Santana

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