Desinvestimento: Petrobras pode aumentar desemprego

Petrobras: desinvestimento e privatização (Foto: Agência Brasil)

Responsável por 40% da produção industrial do Estado [o PIB Industrial], a Petrobras deixará, sendo o plano de desinvestimentos colocado em prática, rastros bastante negativos para Sergipe, que tem uma dependência considerável da estatal, pela atuação econômica na exploração de petróleo e também pelos investimentos sociais e como uma das maiores fontes de emprego e renda do Estado, conforme classificação feita pelo Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Sergipe (Sindipetro).

Este mesmo sindicato, que reconhece a importância da Petrobras para a atividade socioeconômica do Estado, destaca uma grande preocupação com o futuro da estatal e prevê o caos caso as medidas de desinvestimento sejam efetivamente colocadas em prática. O desinvestimento anunciado pelo Governo Federal soa como medidas privativistas aos ouvidos do sindicalista Bruno Dantas, diretor do Sindipetro.

Entre os reflexos destas medidas sobre o Estado de Sergipe, Bruno Dantas destaca o empobrecimento da população, aumento do desemprego e queda drástica dos valores repassados ao Estado e aos municípios a título de royalties, que dão uma sustentação financeira significante ao Estado. “Já estamos percebendo que as pessoas estão mais empobrecidas e que muitos municípios já estão perdendo arrecadação”, comenta o sindicalista, numa referência à queda dos royalties repassados no ano passado.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o bolo relativo aos royalties repassados pela Petrobras foi reduzido de R$ 13,9 bilhões, em 2015, para R$ 11,8 bilhões em 2016. Os Estados que receberam, em sua totalidade, R$ 4 bilhões em 2015 em royalties foram contemplados com R$ 3,5 bilhões em 2016. O montante destinado pela Petrobras aos municípios brasileiros, conforme os dados do Dieese, caiu dos R$ 4,7 bilhões em 2015 para R$ 4 bilhões em 2016, afetando um expressivo número de comunidades em todo o país.

Bruno Dantas: população empobrecida (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Mas este ainda não foi o reflexo das medidas econômicas do Governo Federal, segundo análise do economista Ricardo Lacerda, assessor de economia do Governo de Sergipe. Já existe, conforme Lacerda, uma retração na produção de petróleo em Sergipe em torno de 10%, percentual que poderá se acentuar se a Petrobras mantiver o Plano de Desinvestimento anunciado pelo Governo Federal que afetará Sergipe e também os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e a Bahia, apenas no Nordeste brasileiro, com o fim da exploração dos campos maduros.

Para o economista do Governo sergipano, o plano de desinvestimento da Petrobras é ruim para Sergipe e aponta como alternativa viável para a economia do Estado não ser ainda mais afetada seria o início de atividades para exploração de petróleo em uma grande área recentemente descoberta, conhecida como Campo de Barra. “Mas prorrogaram o prazo e agora está sem previsão para iniciar a exploração neste campo”, comenta o economista. “Ainda não confirmou o tamanho da jazida, mas sabemos que foi uma grande descoberta que multiplicaria por quatro a produção em Sergipe”, destacou o economista.

Plano de Avaliação Exploratória

A Petrobras se manifestou através de nota enviada à redação do Portal Infonet pela assessoria de imprensa. Na nota, a Petrobras garante que permanecerá operando em Sergipe. Informa que a estatal destaca a concessão de Carmópolis, em terra, que corresponde, conforme a nota, a 43,8% da produção total do Estado, e a concessão de Piranema, na área marítima, em águas profundas, que atualmente produz 5.355 barris por dia de petróleo, o equivalente a 17,5% da produção no Estado.

Lacerda: "desinvestimento é ruim para Sergipe"

Na nota, a estatal garante que seguirá com o planto de avaliação exploratória da província de águas ultraprofundas localizada na costa sergipana e submeterá, este plano, à aprovação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que seria um teste de longa duração previsto para meados do ano de 2018 na área conhecida como Farfan.

Na nota, a empresa esclarece que o Plano de Negócios e Gestão previsto para o período de 2017 a 2021 tem como meta a redução do endividamento da companhia. O Plano de Negócios e Gestão inclui, segundo a nota, a realização de parceria e desinvestimentos no Brasil e também no exterior.

Em Sergipe, conforme a nota, os desinvestimentos incluem a cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de concessões em terra. Seriam, de acordo com a estatal, 12 concessões no pólo Siririzinho/Riachuelo e cinco concessões em águas rasas. “Estes processos foram organizados de forma competitiva, para que os novos operadores tenham plenas condições de manter ou incrementar a produção nestes ativos”, explica a nota.

Por Cássia Santana

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