Sede do Incra de Sergipe continua ocupada por sem terras

Representantes de famílias sem terra ocuparam o Incra, em Aracaju, na madrugada de quinta-feira, 02 (Fotos: Portal Infonet)

Eles permanecerão com a ocupação até que haja uma negociação com Incra Nacional

Gibaldo Souza Santos é um dos diretores da FNL

Famílias sem terras e membros da Força Nacional de Lutas (FNL) ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Sergipe (Incra), em Aracaju, e não pretendem deixar o local até que haja uma negociação com a superintendência nacional do Instituto. É o que informa um dos diretores da FNL, Gibaldo Souza Santos.

“Só sairemos daqui quando a superintendência nacional do Incra, lá em Brasília, mandar um dirigente nacional para vir sentar com a gente e seu Aroldo Araújo [superintendente do Incra em Sergipe]. Vamos ficar por tempo indeterminado até que esse pedido seja atendido”, diz.

Gibaldo Souza informa, ainda, que em Sergipe a FNL enfrenta dificuldades nas negociações com o Incra desde o ano passado. “Pois o superintendente não tem a sensibilidade social que todos os outros superintendentes tiveram nos últimos doze anos. Fizemos três ocupações no Incra ano passado e tudo que foi pactuado nas negociações, não foi cumprido. Isso fez com que as pessoas desacreditassem na palavra do dirigente desse órgão”, afirma.

Terras sem vistorias

A entrega de cestas básicas com somente três itens, além da falta de vistoria em 15 lotes de terras são alguns dos motivos que resultaram na ocupação da sede do Incra de Sergipe. “Hoje nós temos 30 acampamentos nos Estado de Sergipe, mas desses, 15 estão sem vistorias. Isso é imprescindível para que seja comprovada a viabilidade da aquisição para a reforma agrária”, explica Gibaldo Souza Santos.

Segundo ele, algumas dessas terras já tinham sido vistoriadas pelo Incra na antiga gestão do instituto, inclusive com laudo que comprova a viabilidade delas para a reforma agrária. “No entanto, o atual superintendente, fazendo jogo de poder da opressão deu outro laudo. E isso cria empecilhos na luta na justiça para que a gente conquiste as terras”, lamenta.

De acordo com o diretor da FNL, também faz parte da pauta de reivindicação das famílias sem terras de Sergipe a liberação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Pois a superintendência do Incra em Sergipe tem ido em vários movimentos que não são os nossos, entregar o Pronaf. A gente não quer que faça politicagem com os recursos que vem para o trabalhador da agricultura familiar. A gente quer a mesma atenção que eles destinaram a outros movimentos”, diz.

Gibaldo Souza informa que em todo país a FNL realizou o Carnaval Vermelho e ocupou 100 fazendas em 12 estados. “São fazendas improdutivas, ou que já estão em processo de desapropriação, só que não foram entregues ainda aos nossos companheiros sem terras”, explica. Por causa da ocupação dos membros da FNL, todos os funcionários do Incra deixaram a sede do órgão em Aracaju.

Incra

A assessoria de comunicação do Incra em Sergipe informa que os funcionários do Incra deixaram o órgão em atendimento a uma portaria nacional. “A medida visa garantir a integridade dos servidores e evitar conflitos”, explica, ao ressaltar que a superintendência do Incra em Sergipe está aberta a negociações.

“Eles que ainda não se manifestaram, apenas ocuparam o prédio. O que passaram para a gente é que não querem negociar em Sergipe, mas ainda não apresentaram nenhuma pauta de negociação”, informa a Ascom do Incra.

Por Moema Lopes

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