Nota sobre a doença Meningocócica em Aracaju

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

Em atenção às recorrentes solicitações da mídia sobre a situação da Meningite em Aracaju, a Área Técnica das Meningites, da Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Aracaju, esclarece:

1. O termo Meningite expressa ocorrência de processo inflamatório das meninges (membranas que recobrem e protegem o cérebro e a medula espinhal).

2. As meningites têm distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de diferentes fatores, como: agente infeccioso, a existência de aglomerados populacionais, características sócio-econômicas dos grupos populacionais e do meio ambiente (clima).

3. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e adicionalmente também podem ser provocadas por processos não-infecciosos.

4. Do ponto de vista da saúde pública, os agentes etiológicos da meningite mais importantes são as bactérias e os vírus, devido à magnitude de ocorrência e potencial de produzir surtos. Entre as meningites bacterianas, destacam-se as causadas pela Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae, e Mycobacterium tuberculosis.

5. Em geral a transmissão dos agentes bacterianos é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, colega de dormitório ou alojamento) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.

6. Indivíduos de qualquer idade são suscetíveis às meningites, entretanto, o grupo etário de maior risco para adoecimento é o de crianças menores de cinco anos.

7. A meningite é considerada uma doença endêmica, por isso, espera-se a ocorrência de casos da doença durante todo o ano.

8. Em relação à Doença Meningocócica (DM), observou-se nos últimos 20 anos, uma tendência de redução no número de casos confirmados da doença em todo o país.

9. Em Aracaju, nos últimos 05 anos os dados demonstram a frequência de casos durante todos os meses do ano com aumento no número de casos nos meses de abril, maio e junho, sendo a faixa etária de menores de 5 anos e de adultos jovens as mais atingidas, assim como o sexo masculino representa 58% dos casos notificados.

10.  Em relação a 2012, a doença apresenta-se de forma atípica com elevação do número de casos no mês de janeiro, comparando com os últimos 5 anos, e com a identificação da bactéria meningococo C, o que pode estar relacionado a diferentes fatores, como: agente infeccioso, a existência de aglomerados populacionais, características sócio-econômicas dos grupos populacionais e do meio ambiente(clima).

11. Foram notificados em janeiro, 5 casos de meningites, dos quais 3 com a confirmação laboratorial do tipo meningococo C, com 3 óbitos, confirmando a  alta letalidade relatada pela literatura existente. Estes casos estão distribuídos territorialmente, com 3 casos no mesmo bairro 18 do Forte, porém sem vínculo epidemiológico comprovado e os outros  02  em bairros distintos.

12. A Vigilância Epidemiológica vem trabalhando com a hipótese da existência de uma fonte primária assintomática (pessoa que alberga o agente etiológico na nasofaringe transmitindo para outras pessoas, porém sem desenvolver a doença). Visando interromper esta cadeia de transmissão, foram realizadas oportunamente as medidas de controle para evitar a disseminação de novos casos da doença: quimioprofilaxia dos contatos íntimos domiciliares inclusive com ampliação em algumas situações para o local de trabalho, o que permitiu o não aparecimento de casos secundários dentro do período de incubação da doença, que é de 10 dias.

A Secretaria de Saúde de Aracaju está em alerta e acompanha junto com a Secretaria de Estado da Saúde e o Ministério da Saúde o comportamento da doença e, a partir da identificação de qualquer alteração na situação epidemiológica deste agravo, que exija implementação das medidas de controle, estas serão adotadas a fim de evitar a disseminação de novos casos.

Medidas adotadas pela vigilância Epidemiológica:

• Acompanhamento diário do número de casos suspeitos;
• Revisão dos casos existentes e acompanhamento da morbimortalidade;
• Educação em Saúde para contatos e população em geral;
• Informação e divulgação através da mídia da situação epidemiológica;
• Alerta às equipes de saúde da família das áreas ligadas aos casos.

Fonte: Ascom SMS

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