Médicos querem avanços nas negociações com os planos

A mobilização se deve aos baixos honorários recebido pelos médicos (Fotos: Portal Infonet)

Por conta do Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, comemorado dia 25 de Abril, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) juntamente com a Comissão de Honorários Médicos realizaram um café da manhã em protesto contra os baixos honorários e a interferência das operadoras na relação ética dos profissionais com seus pacientes.

A mobilização é contra as empresas de planos de saúde que estão se recusando em avançar nas negociações pela recuperação de honorários defasados. O movimento é um alerta sobre a insatisfação dos médicos com os serviços prestados pelos planos de saúde, o que afeta 46 milhões de brasileiros usuários da rede suplementar.

De acordo com a presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza, o protesto é contra os supostos abusos praticados pelas operadoras no estado. “Os problemas ocorrem na contratualização entre os médicos e os planos de saúde que não preveem reajuste anual, nem índice de reajuste. Os planos não estão aumentando sua rede credenciada, embora esteja vendendo novos contratos em grande quantidade, isso dificulta o acesso do cliente aos consultórios e a assistência médica. Temos também os problemas em que às vezes o médico solicita o exame e o internamento e o plano não autoriza, isso é uma interferência ilegal e antiética no exercício profissional”, diz Glória.

Presidente da Sosepe, Glória Tereza

Os assegurados que possuem planos de saúde suspensos por guias, pagarão pela consulta e terão que solicitar reembolso às empresas do valor pago ao profissional, segundo afirma Glória Tereza. "Caso ele não consiga o reembolso, ele deve ir ao PROCON, fazer formalmente a denúncia porque a obrigação de cumprir esse prazo é do plano de saúde, não é do médico. Como o plano está credenciando poucos profissionais, os que existem não dão conta da demanda. O cliente que não tiver acesso aos profissionais, que precisar e não tiver acesso, ele vai procurar o que tiver disponível, faz a consulta e deve ser reembolsado integralmente”, afirma.

Segundo o presidente da Comissão de Honorários Médicos, Emerson Ferreira, o objetivo da mobilização é recuperar as perdas financeiras ocorrida nos últimos anos pelos profissionais. “Nos últimos 11 anos nós tivemos uma inflação de 119% e uma correção média daquilo que os planos cobram dos seus usuários de 150%, ou seja, pagar o plano de saúde aumentou cerca de 150%,  enquanto a remuneração médica aumentou apenas 50%, ou seja, 1/3 daquilo que eles cobraram dos seus usuários. No último ano o setor teve um crescimento de 10%, e a receita foi de R$ 81 bilhões em 2011. É um setor que prioriza o lucro, não é proibido ter lucro, a gente entende claramente isso, mas você não pode é priorizando de modo bastante desequilibrado esse lucro, você deixar a população desassistida e deixar os profissionais mal remunerados e insatisfeitos”, garante Emerson.

Por Aisla Vasconcelos

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