Transplantes não estão sendo feitos em Sergipe. (Foto: Arquivo Infonet) |
Diferente do que acontece em outros estados, o problema enfrentado hoje em Sergipe não é por falta de doadores de rins, e sim pela falta de estrutura dos hospitais para realizar os exames necessários para a cirurgia. Desde fevereiro as pessoas que sofrem com doenças renais e precisam de transplante não estão conseguindo realizar a cirurgia.
De acordo com o nefrologista Manoel Pacheco essa espera pode terminar assim que as negociações forem concluídas. "Haverá uma reunião entre a equipe na qual sou responsável e na quinta-feira já teremos uma proposta para apresentar à Secretaria de Saúde”, afirmou.
Segundo Edjúnior Vieira da Silva, presidente da Associação dos Renais Crônicos, hoje são cadastrados 376 pacientes na fila do SUS, mas os números podem chegar a 500 pessoas. "Elas preferem não se cadastrar por não terem retorno. O estado está preferindo enviar o paciente para outro Estado do que ter a responsabilidade desse paciente aqui”, explicou.
Edjunior da Silva afirma que esse problema é causado pela Secretaria de Saúde que não resolve o local para realizar exames “O problema é a inoperância das secretarias de saúde que não tem interesse em resolver esse problema”, explicou. Além disso, Edjunior informa que o valor das diárias fornecidas aos pacientes que estão em tratamento fora de Sergipe é muito baixo. “A secretaria paga R$ 24,75 de diária para o paciente se alimentar, pegar táxi, pagar hotel. Nem em Sergipe dá para isso, imagina em São Paulo”, criticou.
Em Sergipe apenas um hospital particular está apto a realizar o transplante através de uma parceria com o SUS, ainda assim nem todos os exames necessários podem ser feitos no local. São duas equipes cadastradas para realizarem a cirurgia, mas segundo Edjúnior ambas já rescindiram o contrato. Ele explica que as condições de trabalho dos profissionais são ruins. “Os médicos recebem baixos salários, os exames precisam ir para Salvador e demoram de 30 a 50 horas para ter o resultado. Não é aceitável trabalhar nessas condições, precisa mas de uma política voltada para fazer saúde pública, mas aqui os governantes estão brincando de fazer saúde”, desabafa.
A opinião sobre a falta de estrutura é compartilhada pelo médico Manoel Pacheco. "Sergipe tem condições de realizar os transplantes, mas não podemos continuar nas condições que estávamos trabalhando", explicou.
Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que diferente do informado, são 290 pessoas que aguardam o procedimento. Com a reabertura da negociação pela Secretaria de Estado da Saúde, a Central de Transplantes informa que o pedido de descredenciamento não foi concluído. A Secretaria já solicitou as propostas financeiras das equipes e do centro transplantador e aguarda resposta. Os casos dos transplantes de rins com doador vivo estão sendo encaminhados para São Paulo, sem custo para quem vai doar e para quem vai receber.
A SES também esclarece que o Estado possui estrutura para realização dos transplantes e que a dificuldade está na realização de exames pré-operatórios em pacientes que moram no interior ou provenientes de outros Estados. Sobre o laboratório de Imunogenética, para realizar os exames de compatibilidade, a Secretaria de Estado da Saúde cadastrou o projeto para aquisição de equipamentos em 2011 no Ministério da Saúde, onde está em análise. Uma vez autorizado, será liberada a verba e o laboratório funcionará no Hemose.
O diretor de Gestão de Sistema Hélio Farias informou que já entrou em contato novamente com as equipes e com a instituição responsável, mas ainda não recebeu as propostas de valores.
Por Allana Andrade
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