Silvio Santos quer mudar 100% da frota de ambulâncias do Samu |
Após quatro meses à frente da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o secretário Silvio Santos conversa com a equipe do Portal Infonet e esclarece como sua administração tem atuado para resolver antigos problemas. Nesta entrevista, o secretário explica como foca o trabalho em rede e como esta mudança vem dando resultado em áreas como cirurgias ortopédicas e partos. Ele fala também da solicitação de 30 ambulâncias ao governo federal com o intuito de renovar 100% a frota do Samu; comenta o PCCV dos servidores da saúde e muito mais.
Portal Infonet- A maternidade da cidade de Nossa Senhora do Socorro fez um mês de inaugurada esta semana. Podemos dizer que o problema da demanda de mulheres em trabalho de parto foi resolvido? Com isso, os números de leitos das maternidades Nossa Senhora de Lourdes e Santa Isabel estão normalizados?
Silvio Santos- Quando assumimos, encontramos um cenário dramático em relação ao atendimento neonatal. Superlotação denunciada pela própria imprensa. Superamos isso com a contratação de novos leitos neonatais e, de lá pra cá, temos vivido outra situação, bem mais tranquila. Temos acompanhado o censo diário na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, com vagas nessa unidade, um cenário que não se via há pelo menos um ano. Paralelo a essa medida, retomamos as obras em Socorro. Para colocar a maternidade em funcionamento, o Governo de Sergipe realizou um investimento no valor de quase três milhões de reais, ampliando para até 400 a capacidade de partos no Estado. Isso sem falar no trabalho para completar as escalas em outras unidades no interior. No início de junho, na maternidade de Nossa Senhora da Glória, a escala estava incompleta em três dias da semana. Em Capela, a situação era a mesma. De lá pra cá, com o pagamento de horas extras e a contratação de novos profissionais, estamos avançando nas escalas, fazendo com que o número de partos seja ampliado e ofertado em toda a rede estadual, melhorando sempre a assistência à mãe e ao bebê.
Portal Infonet- O que vem sendo feito para que o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) seja normalizado?
SS – Quanto ao Samu, os números do serviço frente ao resto do Brasil falam por si só. Em Sergipe, o serviço é referência nacional. Está entre os seis Estados brasileiros com 100% de cobertura. Para se ter uma ideia do tamanho da estrutura disponibilizada pelo Governo do Estado, através da política de assistência ao usuário do SUS, basta olhar para o Estado vizinho, Alagoas, que oferece o serviço do SAMU apenas na capital, Maceió, e no município de Arapiraca contando com uma frota de Unidades de Suporte Avançado de cinco ambulâncias, enquanto temos 16. Além disso, nos meses de abril e junho deste ano, o serviço recebeu 30 novas ambulâncias adquiridas com recursos próprios do Governo do Estado, o que equivale à renovação de mais de metade da frota principal. Recentemente, estivemos em audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e solicitamos 30 novas ambulâncias. O processo está em fase de regularização de documentação. A chegada desses novos carros vai representar renovação de 100% da frota. Outro ponto que eleva a gestão do serviço é a implantação de uma central de regulação, o que só existe no Distrito Federal.
Portal Infonet- Como a SES vem trabalhando para resolver a demora na realização de cirurgias ortopédicas? A demanda de uma média de 700 cirurgias mensais e escalas de ortopedistas ‘quebradas’ foram alvos de ação civil pública do Ministério Público de Sergipe. Como estão os números atuais?
SS- Estamos reduzindo esta fila de espera, principalmente, com duas ações: a primeira é fazendo com que as unidades hospitalares funcionem em rede. Em Lagarto, por exemplo, contratamos médicos e colocamos escala extra, conseguindo, assim, reforçar o funcionamento da rede hospitalar e viabilizando mais de 60 cirurgias ortopédicas realizadas no último mês, evitando, assim, que pacientes com menor gravidade fossem encaminhados ao Hospital de Urgência. Um excelente exemplo de como a nossa rede começa a funcionar, como deve, foi no atendimento aquele acidente entre Tobias Barreto e Itapicuru, quando os casos mais simples ficaram na UPA de Tobias, os de média complexidade foram para Lagarto e apenas os mais graves foram levados ao Huse. Em outra época, todos iriam para o Huse, complicando bastante a situação. Além de colocar as unidades hospitalares para funcionar em rede, nós contratamos equipes especificamente para reduzir a fila de espera por cirurgias ortopédicas e que estão atuando em mutirão no próprio Huse. Na primeira semana foram realizadas quase 50 cirurgias, todas de pacientes em fila de espera. Somando aí, já são mais de 110 cirurgias realizadas nesse período. O fundamental é que esse atendimento é feito paralelamente ao do pronto socorro, ou seja, não há interrupção em um por conta do outros, eles caminham juntos.
Portal Infonet – Quando será inaugurado o Hospital Infantil do Huse? O mesmo estava prometido para novembro do ano passado. O que falta?
SS- Quando falamos em obra, estamos avançando em várias direções. No Huse, a obra que vai ampliar o número de leitos de UTI está a todo vapor! É incontestável que Sergipe tem hoje umas das melhores estruturas de Saúde do país. Encontramos sim, por vários motivos, obras paradas, mas estamos adotando todas as medidas. Além da abertura da maternidade de Socorro, de junho até agora o governador Marcelo Déda inaugurou mais três Clínicas de Saúde da Família e outras 10 já estão prontas para inaugurar. Ao todo, são 65 Clínicas inauguradas, mais de 70 milhões de reais em investimentos. Há ainda as obras do hospital de Itabaiana que também foram retomadas.
Portal Infonet- Os servidores da saúde prometem paralisar no dia 2 de outubro. O senhor tem alguma novidade sobre o PCCV da categoria?
SS– É preciso ficar claro que existem duas situações: uma que foi a discussão do Plano de Emprego e Remuneração dos celetistas que trabalham nas fundações. Este já foi aprovado pelos sindicatos da saúde, uma reivindicação de mais de dois anos que conseguimos chegar a um ponto de equilíbrio em 90 dias. O Plano prevê progressão na carreira por tempo de serviço, mérito e titulação. Apesar de não ser o objetivo principal do Plano, ele prevê alguns alinhamentos salariais que permitem o aumento real no salário base de algumas carreiras de até 18%. O segundo ponto é relativo ao PCCV para os estatutários. Acredito que essa mobilização dos médicos seja para pressionar uma maior celeridade na proposta, mas precisamos esclarecer que a discussão nunca parou e não estamos de braços cruzados. Durante o mês de setembro, ocorreu uma agenda intensa de encontros entre os gestores da saúde e da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). É preciso esclarecer também que existem questões formais na elaboração da proposta que precisam ser superadas. O esforço que as áreas do governo têm feito é grande para a conclusão da proposta, devido à complexidade do assunto que reúne diversos pontos concentrados em um só projeto. Pedimos, sim, o bom senso dos profissionais para que reconheçam que estamos trabalhando e que o processo está sendo conduzido de forma que venha a ser elaborado de forma bem sucedida, sem ter que enfrentar entraves na sua implantação. Acredito que para ter melhoria na assistência, precisamos melhorar também as condições de trabalho. E essa tem sido uma das prioridades. Temos uma excelente equipe de trabalhadores, dedicados, abnegados e isso reforça a nossa meta que é a de oferecer o atendimento que o usuário do SUS merece.
Portal Infonet- A Secretaria de Estado de Saúde conseguiu resolver o problema das escalas dos médicos do Huse? E a falta de medicamentos e insumos?
SS- Quando assumimos, encontramos uma dívida grande com fornecedores, alguns estavam sem receber há oito meses. Alguns setores beiravam o desabastecimento. Chamamos esses fornecedores, negociamos a dívida e hoje trabalhamos com um percentual bem maior de abastecimento, tanto do material médico-hospitalar, quanto nos medicamentos para garantir oferta dos itens. Ainda temos problemas nesse abastecimento, fruto desse processo de renegociação que demanda tempo para os fornecedores nos atenderem de forma regular. O governador Marcelo Déda fez um alto investimento para construir e reformar uma das melhores infraestruturas de saúde do Brasil. Somos um dos Estados com maior volume de dinheiro aplicado na Saúde e precisamos do resultado desse investimento na assistência ao usuário do SUS.
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