Promotora Euza Missano mostra-se preocupada com a falta de remédios (Fotos: Portal Infonet) |
Mesmo com duas ações civis públicas ajuizadas pela Promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual (MPE), o número de reclamações quanto à falta de medicamentos no Setor de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) vem crescendo. Para verificar o problema, a promotora Euza Missano esteve, juntamente com auxiliares, na tarde desta terça-feira, 13, fazendo uma inspeção na farmácia do setor. Entre os medicamentos em falta, alguns simples como Plasil e Profenid. O relatório da visita será entregue nesta quarta, 14, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“A visita à farmácia da oncologia e ao almoxarifado visa compatibilizar os medicamentos e será feita com rotina e a conclusão será apresentada no processo para que em 48 horas, esses medicamentos cheguem aos pacientes, porque são importantíssimos para tratamento do câncer. Amanhã teremos uma reunião no TCE com o procurador chefe do Ministério Público Especial, Sérgio Monte Alegre, para apresentar o relatório com cópia da última Ação Civil Pública”, explica a promotora.
Ela foi recebida pela coordenadora do setor, Rute Andrade |
Euza Missano disse ainda que O MPE requisitou à coordenação da Oncologia, que apresentasse os pedidos que foram feitos tanto de medicamento quanto de material para a farmácia da oncologia. “Temos hoje o controle do planejamento pedido ontem ao almoxarifado central do hospital. Por aqui houve planejamento com a solicitação que foi feita. É uma realidade crítica e grave”, destaca.
Em falta
Na fármácia do Setor de Oncologia do Huse não faltam apenas medicamentos complexos e de valores altos. Foi observada durante a inspeção, a ausência de remédios como Plasil, Profenid, Bactrim, Polaramine e ácido fólico.
Entre os mais caros, a Cisplatina é um dos que mais vem fazendo falta aos pacientes a exemplo da D. Duzivânia dos Santos, acometida por um câncer no fígado. A família luta há vários dias para a realização da quimioterapia, mas não consegue devido à falta da Cisplaptina.
Várias gavetas com adesivo de que falta o remédio |
“Nós procuramos o Ministério Público Estadual e o deputado estadual Gilmar Carvalho porque não temos condições de comprar e, graças a Deus, conseguimos a doação do remédio para que minha tia seja submetida à quimioterapia. Assim que ela tomar o remédio, já avisaram que não tem leito e ela deve ir para casa”, lamenta o sobrinho de D. Duzivânia dos Santos, Danilo dos Santos Gabriel.
“A doação foi feita pelo próprio fornecedor, que se sensibilizou com o problema e acabou fazendo a doação, pois são produtos que não são vendidos em farmácia, são de uso hospitalar. A paciente precisa de 70 miligramas e ele deu 500, vai beneficiar outras pessoas”, enfatiza Euza Missano.
Atendimento
Prateleiras estão vazias
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A coordenadora do Setor de Oncologia do Huse, Rute Andrade, informou que nem todos os pacientes usam Plasil. "Não falta tudo. Hoje nós tivemos 54 adultos que fizeram quimioterapia e 13 crianças. Nem todo paciente usa plasil, nem todo paciente usa morfina. Temos 70 pacientes em média por dia. Para suprir a farmácia, falta ter uma compra maior. A gente solicita e aguarda a posição da Fundação”, afirma Rute Andrade, lembrando que os insumos chegaram esta tarde.
A assessoria de Comunicação Social da Fundação Hospitalar de Saúde informou que: "A Fundação Hospitalar de Saúde esclarece que existência uma dificuldade relatada pelo laboratório no sentido de fabricar o medicamento e ainda sem previsão de regularização. Porém, a Fundação continua buscando meio de adquirir o medicamento e espera conseguir no mais breve prazo possível".
Por Aldaci de Souza
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